Estou habituado a ler muita propaganda. Normalmente não vale a pena levá-la demasiado a sério e é facilmente reconhecível a milhas. Por esse motivo, não é tão perigosa, porque só acredita nela quem já acreditava antes de a ouvir. Serve apenas como reforço de ideias pré-estabelecidas ou, se preferirmos, preconceitos no sentido exacto do termo. Para quem aprecia a história recente do Médio Oriente, ser alvo de propaganda é ainda mais comum do que o normal quando lemos história um pouco mais antiga.
Norman Rose é o autor desta brilhante obra de propaganda. Consegue alterar a história sem mentir em nenhum momento. Consegue legitimar crimes imensos apenas brincando com uma lupa. Mostrando o que lhe interessa e fazendo desaparecer da história o que é mais difícil de explicar. Atira para um canto factos indesmentíveis sem pensar duas vezes e quando a a situação é impossível de explicar utiliza uma tática bastante suja de comparar a crimes ainda piores. Uma obra que desaconselho vivamente para quem pretenda compreender o conflito Israelo-Palestiniano num só livro. Para isso outros, bem mais equilibrados e completos serão mais adequados.
No entanto, este é o livro perfeito para quem queira perceber como é possível
alguém ser cúmplice de um dos grandes crimes do século XX e dormir descansadamente durante a noite. Como é se consegue simplificar a história o suficiente para que no final apoiemos e defendamos verdadeiros criminosos responsáveis por homicídios, violações e roubos em larga escala.
Vejamos alguns exemplos. Norman Rose dedica dezenas de páginas a Haj Amin al Husseini[1] o desacreditado Grand Mufti de Jerusalém até 1937 procurando colocá-lo como grande líder Nazi da Palestina. No relato do seu encontro com Hitler em Novembro de 1941, Norman Rose chega ao ponto de colocar sentimentos e pensamentos nas cabeças dos intervenientesl. Refere-se a um "encontro de mentes" e "claramente existia uma química entre os dois". Palavras que o autor sentiu necessidade de acrescentar ao que Haj Amin e Hitler realmente disseram. Haj Amin viveu no exílio desde 1938, passando por vários países, incluindo a Alemanha e a Itália. Depois de na Primeira Guerra Mundial os árabes se terem unido ao Reino Unido para destruir o Império Otomano, para depois verem todas as promessas ficarem por cumprir, alguém achará estranho que tenham tentado bater a outras portas? Em especial depois da Declaração de Balfour[2] e da aliança informal entre o governo britânico e as forças paramilitares judaicas do Haganah durante a revolta de 1938, estranho seria se tornassem a bater-se ao lado dos ingleses. De qualquer forma, esta obcessão por Haj Amin está longe de ser inocente. Como não é inocente o facto de até o museu do Holocausto fazer questão de falar do Mufti[3]: por todas as formas e feitios procuram que os crimes cometidos sobre os palestinianos seja transformados em retribuição. Como não é possível encontrar qualquer culpa dos palestinianos nos crimes do Holocausto, a solução passa por insinuar esse mesmo crime sem que nunca o digam.
Mas se Haj Amin teve direito a inúmeras páginas, o facto do Stern Gang[4], um dos grupos paramilitares judaicos de inspiração fascistas, ter procurado uma aliança com a Alemanha Nazi já em 1940 não mereceu mais do que uma breve referência. Aqui, Rose não sentiu qualquer necessidade de nos falar em "encontro de mentes" ou algo do género.
Para além do Stern Gang e do Haganah, existia um terceiro grupo paramilitar judaico na Palestina que se dedicou a ataques terroristas, o Irgun[5]. O seu mais espectacular ataque terrorista foi no Hotel King David, em Jerusalém (que servia como sede administrativa britânica), no dia 22 de Julho de 1946 causando 91 mortes. O autor desfaz-se em desculpas procurando criar distância entre a liderança política judaica (Ben Gurion) e o Irgun. Mas a realidade é que o ataque foi previamente aprovado pelo conselho judaico. O líder do Irgun, Menachem Begin, longe de ser afastado pela sua comunidade por este acto chegou a primeiro ministro de Israel umas décadas mais tarde.
Mas Norman Rose não se fica por aqui. Do início ao fim, o livro desculpabiliza o Império Britânico. Desde a escolha do título (retirado de uma frase de Winston Churchill, enquanto líder da oposição no pós-guerra) até à descrição dos últimos dias do Mandato, o autor procura mostrar que a culpa não foi realmente dos inlgeses, que estes não passavam de representantes da ONU que não tinham quaisquer ambições na região e procuravam apenas deixar o Levante em melhor estado do que o encontraram. Como bom exercício de propaganda, o livro procura não agredir os sentimentos do alvo da mensagem, o Ocidente.
E quanto a Deir Yassin e a todos os outros massacres que deram origem à Nakba, a grande limpeza étnica da Palestina que levou centenas de milhares de muçulmanos e cristãos para fora do território, Rose ignora olimpicamente declarando que os "êxodos são normais em qualquer guerra". Aliás, em várias situações fala na questão da competência e da unidade. Resume o resultado final ao facto de um dos lados estar organizado e o outro estar sem liderança. É uma forma interessante de evitar a questão moral. É que mesmo sendo verdade, será que ele utilizaria os mesmo termos quanto ao próprio Holocausto? Consideraria ele que no conflito entre nazis e judeus, um dos lados mostrou mais liderança e organização, e que a culpa de terem existido tantas vítimas seria exclusivamente da responsabilidade da exilada liderança judaica? Certamente que não. A culpa de um homicídio é do assassino, não do irmão mais velho que não estava presente e deveria ter estado.
O que tinha tudo para ser um livro espectacular torna-se portanto num case study de propaganda política disfarçada de publicação histórica.
Norman Rose é o autor desta brilhante obra de propaganda. Consegue alterar a história sem mentir em nenhum momento. Consegue legitimar crimes imensos apenas brincando com uma lupa. Mostrando o que lhe interessa e fazendo desaparecer da história o que é mais difícil de explicar. Atira para um canto factos indesmentíveis sem pensar duas vezes e quando a a situação é impossível de explicar utiliza uma tática bastante suja de comparar a crimes ainda piores. Uma obra que desaconselho vivamente para quem pretenda compreender o conflito Israelo-Palestiniano num só livro. Para isso outros, bem mais equilibrados e completos serão mais adequados.
David Ben Gurion |
No entanto, este é o livro perfeito para quem queira perceber como é possível
alguém ser cúmplice de um dos grandes crimes do século XX e dormir descansadamente durante a noite. Como é se consegue simplificar a história o suficiente para que no final apoiemos e defendamos verdadeiros criminosos responsáveis por homicídios, violações e roubos em larga escala.
Vejamos alguns exemplos. Norman Rose dedica dezenas de páginas a Haj Amin al Husseini[1] o desacreditado Grand Mufti de Jerusalém até 1937 procurando colocá-lo como grande líder Nazi da Palestina. No relato do seu encontro com Hitler em Novembro de 1941, Norman Rose chega ao ponto de colocar sentimentos e pensamentos nas cabeças dos intervenientesl. Refere-se a um "encontro de mentes" e "claramente existia uma química entre os dois". Palavras que o autor sentiu necessidade de acrescentar ao que Haj Amin e Hitler realmente disseram. Haj Amin viveu no exílio desde 1938, passando por vários países, incluindo a Alemanha e a Itália. Depois de na Primeira Guerra Mundial os árabes se terem unido ao Reino Unido para destruir o Império Otomano, para depois verem todas as promessas ficarem por cumprir, alguém achará estranho que tenham tentado bater a outras portas? Em especial depois da Declaração de Balfour[2] e da aliança informal entre o governo britânico e as forças paramilitares judaicas do Haganah durante a revolta de 1938, estranho seria se tornassem a bater-se ao lado dos ingleses. De qualquer forma, esta obcessão por Haj Amin está longe de ser inocente. Como não é inocente o facto de até o museu do Holocausto fazer questão de falar do Mufti[3]: por todas as formas e feitios procuram que os crimes cometidos sobre os palestinianos seja transformados em retribuição. Como não é possível encontrar qualquer culpa dos palestinianos nos crimes do Holocausto, a solução passa por insinuar esse mesmo crime sem que nunca o digam.
Mas se Haj Amin teve direito a inúmeras páginas, o facto do Stern Gang[4], um dos grupos paramilitares judaicos de inspiração fascistas, ter procurado uma aliança com a Alemanha Nazi já em 1940 não mereceu mais do que uma breve referência. Aqui, Rose não sentiu qualquer necessidade de nos falar em "encontro de mentes" ou algo do género.
Para além do Stern Gang e do Haganah, existia um terceiro grupo paramilitar judaico na Palestina que se dedicou a ataques terroristas, o Irgun[5]. O seu mais espectacular ataque terrorista foi no Hotel King David, em Jerusalém (que servia como sede administrativa britânica), no dia 22 de Julho de 1946 causando 91 mortes. O autor desfaz-se em desculpas procurando criar distância entre a liderança política judaica (Ben Gurion) e o Irgun. Mas a realidade é que o ataque foi previamente aprovado pelo conselho judaico. O líder do Irgun, Menachem Begin, longe de ser afastado pela sua comunidade por este acto chegou a primeiro ministro de Israel umas décadas mais tarde.
Mas Norman Rose não se fica por aqui. Do início ao fim, o livro desculpabiliza o Império Britânico. Desde a escolha do título (retirado de uma frase de Winston Churchill, enquanto líder da oposição no pós-guerra) até à descrição dos últimos dias do Mandato, o autor procura mostrar que a culpa não foi realmente dos inlgeses, que estes não passavam de representantes da ONU que não tinham quaisquer ambições na região e procuravam apenas deixar o Levante em melhor estado do que o encontraram. Como bom exercício de propaganda, o livro procura não agredir os sentimentos do alvo da mensagem, o Ocidente.
Nakba 1948 - Refugiados fogem da Palestina |
O que tinha tudo para ser um livro espectacular torna-se portanto num case study de propaganda política disfarçada de publicação histórica.
Os muçulmanos participaram no Holocausto e de que maneira! A única religião que o seu amigo Hitler respeitava era o islão.
ResponderEliminarhttp://www.beth-shalom.com.br/artigos/isla_nazismo.html
O seu islão mata mais em um ano do que a Inquisição em 350 - www.thereligionofpeace.com
A «Palestina» enquanto nação árabe, nunca existiu:
1. Quando é que o país foi fundado e por quem?
2. Quais foram as suas fronteiras?
3. Qual foi a sua capital?
4. Quais foram as suas cidades mais importantes?
5. Quais foram as bases de sua economia?
6. Qual foi a sua forma de governo?
7. Pode citar pelo menos um líder palestino antes de Arafat?
8. A Palestina alguma vez foi reconhecida como um país cuja existência, então ou agora, não deixa margem a interpretação?
9. O que era a língua da Palestina?
10. Qual era a religião predominante da Palestina?
11. Qual era o nome de sua moeda? Escolha uma data qualquer na história e diga qual era a taxa de câmbio da moeda palestiniana em relação ao dólar dos EUA, ao marco alemão, à libra esterlina, ao iene japonês ou ao yuan chinês na referida data.
12. E, finalmente, dado que este país não existe actualmente, que é o que causou o seu desaparecimento e quando é que ocorreu? Você que lamenta o "afundamento" de uma orgulhosa e nobre nação ", diga s.f.f, quando exactamente é que essa "nação" era orgulhosa e nobre?
Aproveito para aconselhar o site http://paliestine.com/, que desmonta a propaganda reles que este antissemita hipócrita e nojento aqui cuspilha.
Os seus «refugiados» saíram de Israel para os árabes poderem levar a cabo o projecto de lançar os judeus ao mar.
Para além de factualmente errado, parece-me que está a confundir o Islão com os Árabes. E a seguir confunde os Árabes com os Palestinianos.
EliminarTudo isto são conceitos diferentes que terá que estudar com um pouco mais atenção. Quando o fizer podemos tentar conversar novamente para ver se já consegue abrir os olhos para a realidade e pensar com mais calma.
Já agora, este post é sobre a Palestina. Que incluia muçulmanos, judeus e cristãos. Não é sobre o Islão. E os cristãos foram perseguidos tais como muçulmanos em 1948. Em 1967. E ainda hoje.
PS: Os refugiados não "sairam de Israel para os árabes poderem levar a cabo o projecto de lançar os judeus ao mar". Se lesse um pouquinho mais (incluindo as fontes israelitas), saberia que centenas de milhares de refugiados foram expulsos de suas casas na mira das armas dos grupos militares judaicos ainda antes da declaração de independência. Grupos como o Haganah (e Palmach), o Irgun e o Stern Gang. Leia meu amigo. Leia muito.