![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_NH68nm6nNyWxX2Hpn4lQtyZ4b9DQU4HUVnoY7-tReU5kksjnkif-PJ_O8tfiX1ce_r5RzNpEQmEpRDrYezVKdZwcL7jLquVpryOisjY1E8YxUSKlv8o5kYi4ZBdSxLM9eyjH_sPuODJ6/s1600/primo.jpg)
Num palco extremamente simples, e utilizando as câmeras de forma brilhante, olhando o tele-espectador directamente nos olhos em grande parte da peça, Sher retrata num monólogo cativante a história do livro "Se isto é um homem" desde o momento em que é preso até à sua libertação quando o Exército Vermelho liberta o campo.
São tantos os momentos altos, desde a descrição do andar dos presos, a luta pela comida, a angústia de todo o processo, as esperanças do fim da guerra, os rumores, a vergonha da nudez, a revolta para com os outros presos que roubavam a comida e os sapatos até aos heróicos actos de Lorenzo Perrone que demonstrou que mesmo num verdadeiro inferno existem almas capazes de o mais belo dos actos de caridade.
Durante 90 minutos ouvimos e vemos um único actor, praticamente sem efeitos sonoros, com uma roupa discreta, palcos modestos e um jogo de sombras que se vai adaptando constantemente à história. E nem por um segundo ficamos aborrecidos. Depois de o ver a primeira vez, vi uma segunda, e depois uma terceira.
Não achei possível alguém conseguir descrever o holocausto numa peça de teatro. Antony Sher conseguiu-o de forma brilhante. Como se estivéssemos a falar mesmo com um sobrevivente de Auschwitz. Absolutamente perfeito.
Sem comentários:
Enviar um comentário