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Em Israel e na Palestina, mantém-se o status quo, com os três actores principais (governo de Israel, Fatah e Hamas) a degradarem-se e digladiarem-se numa guerra semi-fria sem fim à vista. Nada a esperar senão a continuação da divisão palestiniana e as cíclicas guerras sobre Gaza, invasões da Cisjordânia e rockets atirados sobre os civis israelitas.
No Egipto, uma junta militar ilegalizou a Irmandade Muçulmana, prendeu o Presidente da República e elegeu um novo presidente com metade da população sem representação política. As detenções são às dezenas de milhares e as penas de morte aos milhares. Com grande pena minha, a única questão que coloco é quando começará a guerra civil no Egipto. Mesmo com os biliões de dólares que lá estão a ser injectados pelos Estados Unidos, pela Europa e pelas monarquias do Golfo, não tenho grande esperança. Assim que os ventos da economia mudarem, descobriremos que os milhões que votaram em Morsi ainda lá estarão, desta vez provavelmente armados e desiludidos com qualquer tipo de processo democrático.
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Rei Salman bin Abdulaziz Al Saud |
Alguns países têm-se conseguido manter mais ou menos fora do pior da confusão, como a Jordânia, o Líbano e a Tunísia. No entanto, os dois primeiros recebem milhões de refugiados e estão a rebentar pelas costuras sem capacidade para tamanha imigração. O Líbano, já de si uma manta de retalhos de religiões e etnias com o mais peculiar de todos os sistemas supostamente democráticos do mundo, conta agora com 25% da população vinda da Síria. Para um país que nunca conseguiu recuperar totalmente da Naqba palestiniana em 1948 e dos refugiados de 1967, não é difícil imaginar que o pior ainda está para vir. A Jordânia mantém-se na sua inesperada paz, com o apoio ocidental e paz com Israel, mas cuja liderança relativamente iluminada não deve esconder o facto de que continua a estar muito longe de ser um país livre. Mas sobreviveu ao pior e ainda não perdi a esperança neste país sem grande passado mas ao qual o futuro ainda poderá reservar um lugar interessante.
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Tataouine, Tunisia |
Temo que grande parte do Médio Oriente piorará muito nos próximos anos, antes de começar a melhorar. Talvez um sucesso democrático na Tunísia possa iluminar o caminho para os restantes, mais uma vez. Durante o último ano, pouco temos ouvido da Tunísia. Pas de nouvelle, bonnes nouvelles?
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