sexta-feira, 12 de abril de 2013

PBY Catalina

Não sei quando foi a primeira vez que ouvi falar do "Catalina", este magnífico hidrovião bombardeiro americano do início da segunda guerra mundial, mas sei quando foi a primeira vez que o vi: em pleno céu, à minha frente quando estava nos comandos de um Messerschmit 109 E. Não foi nos meus sonhos, mas lá perto, enquanto jogava o simulador War Thunder, de que já aqui falei recentemente.


"Canso A" (Catalina produzido no Canada, usava a
denominação "Canso" sendo o "A" relativo à versão anfíbia.

Fiquei surpreendido com o Catalina[1]. Achei-o grande, lento e inútil. Com uma certa beleza rude, é verdade, mas incapaz de se aguentar contra um caça topo de gama da mesma época. No entanto, depois de perder o meu avião, ou melhor depois de perder muitos aviões a tentar abater estes PBY começei a achar que talvez estivesse perante algo mais interessante do que originalmente tinha pensado. Quando comecei a voar com um destes hidroviões, apercebi-me rapidamente da sua capacidade de voar com enorme dano, e ainda que era um avião preferido de muitos outros jogadores. E é aqui que saímos do jogo entramos na parte histórica do avião. 

O PBY-5 Catalina[2] é o hidroavião produzido em maiores quantidades alguma vez feito. Já era considerado obsoleto quando a guerra começou, mas os sucessivos barcos voadores que forem sendo criados e produzidos não lhe conseguiram nunca roubar definitivamente o lugar. Na realidade este avião era a mais formidável arma anti-submarino que os aliados tiveram durante toda a guerra. Tinha um alcance superior a 4000 km, tinha a possibilidade de aterrar na água para recuperar feridos e dar apoio a embarcações e levava consigo uma carga letal (1800 kg) de bombas de profundidade ou torpedos. Foi também um destes que conseguiu finalmente encontrar o couraçado Bismarck, que depois de uma longa batalha onde participaram mais de 100 navios, foi afundado na sua viagem inaugural pelo Atlântico ao largo de Brest, França[3].

Para a história ficam também os famosos Black Cats, uma esquadrilha de Catalinas totalmente pintados de preto que operou no Pacífico durante a guerra e que fazia bombardeamentos noturnos, reconhecimento e salvamento de tripulações de barcos afundados.


PBY-6 Catalina de Philippe Cousteau,
nas OGMA em Portugal, um dia antes do seu trágico fim
Este avião teve uma longa utilização por outras forças aéreas, tendo sido utilizado no Brasil até 1982 para vigilância costeira e apoio às populações no extremo interior da Amazónia. Das dúzias de Catalina's ainda a voar hoje em dia, a maioria fazem-no nos serviços aéreos de bombeiros.

Numa nota menos feliz, Philippe Cousteau[4], filho do famoso explorador françês Jacques-Yves Custeau, perdeu a vida no seu Catalina no rio Tejo, junta a Alverca em 1979[5]. O acidente deu-se quando testavam o avião, já na água e a alta velocidade. 

Deixo-vos aqui um documentário sobre este espectacular avião. Um documentário "dos antigos", só com imagens da época e ainda sem o apoio das imagens de computador[6].








Sem comentários:

Enviar um comentário