Da autoria do jornalista da BBC Anthony Summers e da sua esposa Robbyn Swan, "The Eleventh Day - The definitive account of 9/11" é um extenso e detalhado trabalho de investigação sobre o atentado de 11 de Setembro de 2001. Este trabalho, que foi finalista do prémio Pulitzer em 2012, é de facto uma obra impressionante. Os autores trataram cada uma das pontas soltas com bastante seriedade e não aceitaram nenhum informação pelo seu valor facial.
Por um lado não se fugiram ao estudo das diversas teorias de conspiração que abundam na internet e na literatura da última década. Infelizmente muitas destas tomaram tais proporções que devem mesmo ser estudadas oficialmente de forma a que se lhes possa ser dada resposta cabal. Milhões de pessoas pelo mundo fora acreditam que o governo americano fez os atentados. Muitas outras defendem que o governo americano teria conhecimento e deixou que acontecesse. Tal como os autores, não acredito em nenhuma dessas hipóteses. Uma conspiração desse tipo exigiria um tipo de organização nunca vista. E certamente nunca visto num governo que nem sequer conseguiu plantar uma bomba no Iraque quando percebeu que afinal não havia lá nada que justificasse o ataque.
De qualquer forma, Summers e Swan correm cada um desses pontos que mais dúvidas têm causado: a inexistência de imagens do avião que bateu no Pentágono e a hipótese de ter sido um missil; a queda do avião na Pennsylvania; a forma como ambas as torres gémeas do World Trade Center ruiram e, umas horas depois, do Edifício 7. Em todas as situações em que tinha algumas dúvidas em relação à história oficial fiquei convencido (no que toca à autoria e formato do ataque).
Mas os autores estão longe de ser o que os apoiantes de Bush gostariam que fossem, e se é verdade que se opõem de forma categórica em relação às principais teorias da conspiração, por outro lado expõe de forma clara a enormidade dos erros cometidos pela administração de George W. Bush, pela do seu antecessor Bill Clinton e ainda pela absoluta incapacidade das várias organizações americanas responsáveis pela segurança do território comunicarem umas com as outras (nomeadamente a CIA, o FBI, a NSA e a FAA).
Embora ainda muita documentação esteja ainda longe dos olhares do público, também ficamos a saber como alguns dos membros da cúpula americana estavam absolutamente obcecados com questões em nada relacionadas com o ataque, em especial o Iraque. No próprio dia, Rumsfeld já procurava motivos para invadir o Iraque quando todas as informações apontavam para Bin Laden. Também percebemos que muitos serviços secretos estrangeiros avisaram que algo estava para acontecer, que Bin Laden estaria na sua origem, que seriam utilizados aviões comerciais e até datas muito aproximadas do que veio a acontecer. Egipto, Arábia Saudita, Alemanha, Jordânia e França foram alguns dos avisaram os Estados Unidos - e em alguns casos pessoalmente George W. Bush - mas foram totalmente ignorados.
Depois do ataque, todas as referências à Arábia Saudita e às provas que ligavam algumas figuras da sua família real à Al Qaeda foram removidas. Muitos dos intervenientes mentiram nos primeiros inquéritos. E, não obstante a inegável incompetência de muitos dos que deveriam estar a assegurar a defesa dos EUA, nem uma pessoa na organização militar, política ou de inteligência foi penalizada pelo sucesso dos atentados.
Um livro interessante e que aconselho. Não alegrará os que fielmente acreditam que o governo americano provocou os ataques, mas parece-me que é até ao momento a visão mais lógica, crítica e realista do que aconteceu nesse dia.
Por um lado não se fugiram ao estudo das diversas teorias de conspiração que abundam na internet e na literatura da última década. Infelizmente muitas destas tomaram tais proporções que devem mesmo ser estudadas oficialmente de forma a que se lhes possa ser dada resposta cabal. Milhões de pessoas pelo mundo fora acreditam que o governo americano fez os atentados. Muitas outras defendem que o governo americano teria conhecimento e deixou que acontecesse. Tal como os autores, não acredito em nenhuma dessas hipóteses. Uma conspiração desse tipo exigiria um tipo de organização nunca vista. E certamente nunca visto num governo que nem sequer conseguiu plantar uma bomba no Iraque quando percebeu que afinal não havia lá nada que justificasse o ataque.
De qualquer forma, Summers e Swan correm cada um desses pontos que mais dúvidas têm causado: a inexistência de imagens do avião que bateu no Pentágono e a hipótese de ter sido um missil; a queda do avião na Pennsylvania; a forma como ambas as torres gémeas do World Trade Center ruiram e, umas horas depois, do Edifício 7. Em todas as situações em que tinha algumas dúvidas em relação à história oficial fiquei convencido (no que toca à autoria e formato do ataque).
Mas os autores estão longe de ser o que os apoiantes de Bush gostariam que fossem, e se é verdade que se opõem de forma categórica em relação às principais teorias da conspiração, por outro lado expõe de forma clara a enormidade dos erros cometidos pela administração de George W. Bush, pela do seu antecessor Bill Clinton e ainda pela absoluta incapacidade das várias organizações americanas responsáveis pela segurança do território comunicarem umas com as outras (nomeadamente a CIA, o FBI, a NSA e a FAA).
Embora ainda muita documentação esteja ainda longe dos olhares do público, também ficamos a saber como alguns dos membros da cúpula americana estavam absolutamente obcecados com questões em nada relacionadas com o ataque, em especial o Iraque. No próprio dia, Rumsfeld já procurava motivos para invadir o Iraque quando todas as informações apontavam para Bin Laden. Também percebemos que muitos serviços secretos estrangeiros avisaram que algo estava para acontecer, que Bin Laden estaria na sua origem, que seriam utilizados aviões comerciais e até datas muito aproximadas do que veio a acontecer. Egipto, Arábia Saudita, Alemanha, Jordânia e França foram alguns dos avisaram os Estados Unidos - e em alguns casos pessoalmente George W. Bush - mas foram totalmente ignorados.
Depois do ataque, todas as referências à Arábia Saudita e às provas que ligavam algumas figuras da sua família real à Al Qaeda foram removidas. Muitos dos intervenientes mentiram nos primeiros inquéritos. E, não obstante a inegável incompetência de muitos dos que deveriam estar a assegurar a defesa dos EUA, nem uma pessoa na organização militar, política ou de inteligência foi penalizada pelo sucesso dos atentados.
Um livro interessante e que aconselho. Não alegrará os que fielmente acreditam que o governo americano provocou os ataques, mas parece-me que é até ao momento a visão mais lógica, crítica e realista do que aconteceu nesse dia.
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