Não sou o primeiro e não serei certamente o último a escrever sobre este grave problema que temos nos media ocidentais, e por arrasto, em toda a cultura mainstream do ocidente.
A pretensa superioridade moral do Ocidente chegou a um tal ponto que conseguimos desculpar todos os "nossos" erros como crises de loucura de um indivíduo, danos colaterais, falta de formação, escudos humanos e coisas do género. Os crimes dos "outros" (em especial quando os outros são muçulmanos) são, pelo contrário, sempre resultado de uma cultura/religião atrasada, malvada e dominadora.
Já o tínhamos visto centenas de vezes em massacres como Kana I e II, Sabra e Chatila, em inúmeras ocasiões nas últimas guerras do Iraque e Afeganistão, onde cada vez que morrem civis passamos sempre pelo mesmo processo mediático: negação, suspeita de escudo humano, danos colaterais, erro logistíco/formação e finalmente loucura. Em momento algum somos nós - cristãos - a ter atitutes imorais contra muçulmanos.
Em Abu Graib voltamos a ver algo semelhante. Torturas desumanas que vão completamente contra a carta dos direitos do Homem que foram primeiro negadas e depois consideradas distúrbios psicológicos.
Por outro lado, o regime de Assad é acusado pelo ocidente de ser um regime malvado (o golpe de marketing utilizado foi a suposta pertença no recém imaginado Axis of Evil) precisamente por bombardear civis e torturar pessoas (precisamente o que a NATO tem feito sem qualquer tipo de vergonha durante os últimos 10 anos).
No espaço de duas semanas temos mais dois casos exemplificativos:
1) Um soldado americano no Afeganistão assassina 16 pessoas incluindo crianças e é considerado como um homem com problemas mentais.
2) Um françês de origem argelina assassina 7 pessoas incluindo crianças e é considerado um fundamentalista islâmico e um ataque do próprio Islão à civilização Judaico-Cristã.
O mais curioso é a velocidade com que o Ocidente inteiro aceita esta contradição em real time. Não é o resultado de análises psicológicas aos indivíduos ou um longo processo em tribunal. É simplesmente um dogma:
Quando um cristão/judeu comete um crime é um indivíduo louco. Quando um muçulmano comete um crime é resultado de uma religião criminosa.
A pretensa superioridade moral do Ocidente chegou a um tal ponto que conseguimos desculpar todos os "nossos" erros como crises de loucura de um indivíduo, danos colaterais, falta de formação, escudos humanos e coisas do género. Os crimes dos "outros" (em especial quando os outros são muçulmanos) são, pelo contrário, sempre resultado de uma cultura/religião atrasada, malvada e dominadora.
Já o tínhamos visto centenas de vezes em massacres como Kana I e II, Sabra e Chatila, em inúmeras ocasiões nas últimas guerras do Iraque e Afeganistão, onde cada vez que morrem civis passamos sempre pelo mesmo processo mediático: negação, suspeita de escudo humano, danos colaterais, erro logistíco/formação e finalmente loucura. Em momento algum somos nós - cristãos - a ter atitutes imorais contra muçulmanos.
Em Abu Graib voltamos a ver algo semelhante. Torturas desumanas que vão completamente contra a carta dos direitos do Homem que foram primeiro negadas e depois consideradas distúrbios psicológicos.
Por outro lado, o regime de Assad é acusado pelo ocidente de ser um regime malvado (o golpe de marketing utilizado foi a suposta pertença no recém imaginado Axis of Evil) precisamente por bombardear civis e torturar pessoas (precisamente o que a NATO tem feito sem qualquer tipo de vergonha durante os últimos 10 anos).
No espaço de duas semanas temos mais dois casos exemplificativos:
1) Um soldado americano no Afeganistão assassina 16 pessoas incluindo crianças e é considerado como um homem com problemas mentais.
2) Um françês de origem argelina assassina 7 pessoas incluindo crianças e é considerado um fundamentalista islâmico e um ataque do próprio Islão à civilização Judaico-Cristã.
O mais curioso é a velocidade com que o Ocidente inteiro aceita esta contradição em real time. Não é o resultado de análises psicológicas aos indivíduos ou um longo processo em tribunal. É simplesmente um dogma:
Quando um cristão/judeu comete um crime é um indivíduo louco. Quando um muçulmano comete um crime é resultado de uma religião criminosa.
Até parece que não é mesmo assim!!!
ResponderEliminarNo islam, allah andava às ordens e fazia as vontades a a moamé e nem assim escapou.
ResponderEliminarmaomé deixou-o sem fala e sem espírito, completamente quieto mudo e calado, pior que todo estragado.
Já tentei ler várias vezes o seu post e continuo sem perceber o seu significado.
EliminarTalvez queira explicar melhor?
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarMuito boa reflexão e consequente texto, António!! É isto que andamos à tanto tempo fazer ver às pessoas e que a maior parte não consegue (ou não quer) ver.. Os media manipulam consciências e informação de tal maneira que neste lado do mundo pensamos que somos os heróis e os "bons", e que do outro lado é tudo extremista, doidos e fanáticos... Infelizmente extremistas e fanáticos há em todo o lado... E felizmente que heróis também os há em todo o lado (ainda é o que me faz acreditar no lado bom da humanidade).. Mas isto tudo já você sabe... A pior parte desta história continuam a ser as vitimas que sofrem todos os dias desta guerra (quase) invisível...
ResponderEliminarCumprimentos,
P.A.S.
PS: Vim ter a este blog graças aos comentários na página do expresso. Valeu a pena
Muito obrigado caro PAS.
EliminarNada a acrescentar a não ser um "Totalmente de acordo".
ResponderEliminarHá um campo de batalha no Médio Oriente onde o alvo é o petróleo e o seu controle.A civilização ocidental capitalista baseia-se no consumo intensivo desse produto a qual se desmoronaria se as fontes de abastecimento lhe fugissem do controle.O ocidente está disposto a tudo para manter esse controle,mesmo à custa de negar os princípios que diz defender e até entrar pelo campo do crime,do terrorismo,da guerra e da deliquência como aliás o fez no passado quando alcançou o ouro da América e as especiarias da Índia.Essa atitude agressiva esbarrará inevitàvelmente com a resistência dos povos espoliados e agredidos tal qual como no passado.Sem comércio justo,a Paz é uma miragem e os ressentimentos crescerão como cogumelos.
ResponderEliminarTotalmente de acordo excepto no detalhe da "civilização ocidental capitalista". Acho que o problema é geral a todas as civilizações e a única coisa que se alterou foram os recursos base.
EliminarNo limite, todas as guerras se fazem por recursos ou por sobrevivência. As ideologias, religiões e tudo o mais normalmente não passam de desculpas para convencer pessoas perfeitamente normais a cometerem os mais bárbaros crimes.
Caro António, só duas pequenas rectificações: 1) que eu saiba o soldado não foi considerado um homem com problemas mentais, o seu advogado é que alegou problemas mentais, mas caro amigo, o soldado de certeza que de alguma forma vai ser castigado, ou pena de morte, ou prisão perpétua ou ainda internado num manicómio para a vida. Certo? Já agora, quando é ao contrário os terroristas quando efectuam um atentado são julgados ou glorificados? Saõ considerados loucos ou "mártires"? Quanto à 2)você diz que este homem é considerado um fundamentalista islâmico!!! E não é?! Então é o quê? Um soldado? De que exército? Terá tido um ataque de loucura? De quantos dias? De quantos atentados?
ResponderEliminarCaro Miguel
EliminarO meu post é precisamente pelos media, que aceitam facilmente a hipótese de "loucura" em casos como o que descrevi do Afeganistão ou por exemplo de Breivik na Noruega, enquanto essa explicação não é nunca utilizada para um muçulmano. Embora tenha dúvidas sobre o sistema judicial militar americano (muito devido ao que se passa com os detidos de Guantánamo) tenho a certeza que este soldado sofrerá algum tipo de pena. Também não tenho dúvidas de que certamente não será nunca acusado de "acto de terrorismo". Por algum motivo, um não-muçulmano parece que nunca é capaz de tal desde o 11/9.
Não tenho grandes dúvidas de que os ataques de Toulouse cabem na perfeição na definição de terrorismo. Mas não vejo que o que se passou na Noruega (e possivelmente no Afeganistão) seja assim tão diferente.
O meu ponto principal é que sejamos capazes de julgar os crimes dos "outros" da mesma forma que julgamos os "nossos". Que não permitamos que em nome da nossa religião, etnia, país ou civilização façamos o mesmo que aqueles que acusamos de serem bárbaros.
Os melhores cumprimentos,
António
Caro António,
EliminarEu por acaso tenho uma opinião diferente da sua relativamente à imprensa nestes casos. Além de serem mesmo o 4º poder e de influenciarem as opiniões das pessoas, têm uma atitude de completa tolerância com os países muçulmanos e de compreensão para os actos de barbárie, assim como os estados socialistas de toda a Europa, ao contrário da imprensa americana. Se reparar quase sempre os países muçulmanos encontram nos países europeus nomedamente a França e Portugal, excelentes aliados.
Sobre o Breivik, de facto nem terrorista o podemos considerar porque os seus ideais são altamente perigosos e nojentos para serem qualificados, no entanto, parece-me que a justiça norueguesa até esteve bem neste caso. Haveria outra forma de "prender" e de vigiar este assassino senão mantê-lo num manicómio "ad eternum"? Já pensou que se ele fosse preso como um deliquente normal daqui a uns anos estaria de novo no activo?
Caro Miguel
EliminarÉ precisamente por Breivik ter feito o que fez, sobre civis, com base em ideais perigosos que devemos tratar o acto como um acto de terrorismo.
E concordo consigo que a justiça norueguesa esteve muito bem: afastou-o da sociedade pelo máximo tempo possível sem recorrer aos mesmos métodos bárbaros de homícidio de estado (vulgo, pena de morte).
Quanto aos media, concordamos que não são neutros, embora eu não concorde que os muçulmanos recebam grande compreensão por parte destes. De qualquer forma, as televisões europeias são bastante mais neutras (em especial a BBC) do que as americanas (com a FOX a representar o expoente da parcialidade, e ainda com o seu ponto alto no programa de Bill O'Reilly).
De qualquer forma, desafio-o a fazer o seguinte: vamos ver as notícias dos próximos tempos, tais como atentados, ataques feitos por pessoas de diversos países e veremos o que dizem os títulos dos vários jornais portuguesas durante as primeiras 24 horas.
Cmps
António