quarta-feira, 14 de março de 2012

Medina Carreira - PPPs

Medina Carreira fala há mais de uma década sobre o que vai acontecer a Portugal. Mostra números (essa heresia nacional) e grita alto e bom som os porquês da situação em que estamos, não tem medo de nomear aqueles que são responsáveis e mostra um absoluto desprezo pelo poder.

Um verdadeiro profeta da desgraça, que nunca se fez passar por messias, e que não deixa que os inimigos, a idade ou a situação em que estamos o cale. Felizmente, hoje, Portugal já o ouve.

Sobre as PPPs, no programa "Olhos nos Olhos" da TVI, com o Avelino Jesus  esta semana. Este convidado faz acusações gravíssimas no video 3, por volta dos 10m, que vale a pena ver com ainda mais cuidado:










2 comentários:

  1. As PPP representam um encargo anual de cerca de 1% do PIB, ou seja 1.700 M€ por ano, num total de 26.000 M€ até ao final do programa.
    Estes valores comparam com despesas totais anuais do Estado de 80.000 M€, cerca de 47% do PIB (170.000 M€), com deficit anual de 6.800 M€ (4% do PIB).
    Só os juros da divida representam, em 2012, 8.800 M€ (cerca de 5% do PIB).
    As despesas com pessoal representam 17.000 M€ (cerca de 10% do PIB e 21% da despesa do Estado).
    As prestações sociais representam 35.000 M€ (cerca de 20% do PIB e 42% da despesa do Estado).
    Os consumos intermédios representam 7.800 M€ (cerca de 4.5% do PIB e 9.8% da despesa do Estado), 4.5x a despesa com as PPPs.
    Aqui sim, temos uma despesa que me parece haver espaço para encolher muito…

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    1. Caro Anónimo

      No estado em que as coisas estão, o país será obrigado a mexer em todas as componentes. Não será só nas PPPs que vamos ter que procurar uma solução.

      O problema das PPPs é particularmente grave porque os contratos bloqueiam-nos durante décadas e por outro lado conferem lucros garantidos a particulares, o que vai totalmente contra a lógica de mercado. O lucro e o risco deveriam andar a par. Neste caso, os privados pendurados no estado conseguem-no sem qualquer risco já que o estado garante-lhes as portagens mesmo que lá não passem carros por exemplo.

      Para além disso, os juros que pagamos são resultado da nossa dificuldade em controlar a dívida, ou seja, estes aumentos de dívida duvidosos provocam aumento dos juros tornando toda a situação ainda mais complicada.

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