Existem muitos motivos para que os Estados Unidos da América sejam hoje a grande superpotência do mundo. Passam pelo sistema político, o capital acumulado, a capacidade de criar valor, os seus recursos naturais, a cultura de imigração entre muitos outros factores.
Existe no entanto um que sempre achei decisivo que é a forma como a cultura empresarial americana lida com o falhanço.
Aqui há uns anos assisti a uma compilação de imagens famosas de tentativas de criar a primeira máquina voadora (mais pesada que o ar). Vários inventores ou os seus corajosos pilotos de testes sofriam falhanço atrás de falhanço, muitas vezes com resultados desastrosos para a sua saúde e - certamente - também para o seu ego.
À minha volta, um grupo de amigos ria-se com as tentativas estapafúrdias de voo e com o desenho cómico das máquinas.
Dei por mim a pensar se os irmãos Wright terão olhado para as mesmas imagens com o mesmo sorriso ou se eles não terão alternativamente analisado os motivos de cada resultado negativo. Se não terão pensado nos pontos interessantes e criativos que cada uma daqueles invenções e em quais eram os pontos que valeria a pena tentar melhorar.
Todos nós, que nos recusamos a correr riscos da nossa vida deveríamos baixar a cabeça em respeito a todos aqueles que tentaram criar algo novo, que lutaram por uma vida nova, que correram riscos e falharam. Eles estão muito mais próximos dos vencedores do que todos os que nunca arriscaram absolutamente nada em toda a sua vida.
Não podia concordar mais.
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