A meio de dezembro de 2011, o procurador geral do ICC (International Criminal Court) declarou que a morte de Muammar Khaddafi pode ter sido um crime de guerra. Jornais do mundo todo apressaram-se a espalhar as declarações e subitamente todos os grandes líderes do mundo juntaram-se às vozes que pediam verdadeira justiça, incluindo as situações em que o alvo era ele próprio um criminoso de guerra.
Estou totalmente de acordo. Não podia mesmo estar mais. A Justiça deve ser isso mesmo: cega. Cega para ricos, pobres, bons e maus, pessoas de todas as cores e credos ou mesmo diferentes preferências sexuais. O homicídio de um monstro como Khaddafi não deixa de ser um homicídio. E a perda de uma vida humana.
Chego até tão longe que sou contra a pena de morte. Não permite o erro, não permite o perdão e não permite a remissão.
Mas se um grupo de líbios descontrolados matam o homem que prendeu, torturou, assassinou e fez a vida miserável a milhões de líbios durante décadas é um crime de guerra, que dizer de um grupo de tropas especiais e seus mandantes que entraram em casa de Bin Laden e o mataram?
Não deveria Obama receber uma nota do procurador Luis Moreno-Ocampo para se poder explicar?
Sabemos que foi um homicídio premeditado. Obama e Clinton estavam numa sala assistindo em directo à operação. Tiveram até o cuidado de nos mostrar essas fotografias. Bin Laden estava desarmado e controlado. Executaram-no e anunciaram ao mundo "Justice has been done".
Quase 70 anos antes, alguns dos maiores criminosos que a humanidade alguma vez viu foram julgados em Nuremberga. Os líderes de então garantiram que os criminosos seriam realmente julgados e não executados sumariamente.
Que diferença...
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/libya/8960085/Gaddafis-death-could-amount-to-a-war-crime-ICC-says.html
http://www.nytimes.com/2011/05/02/world/asia/osama-bin-laden-is-killed.html?pagewanted=all
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