Dubai - Sheikh Zayed Road |
Abu Dhabi - Emirates Palace |
Como disse inicialmente, para nós portugueses, tudo isto parece vindo do espaço. Com um salário mínimo abaixo dos 500 euros e um salário médio a rondar os 900 euros[11], é-nos bastante difícil sermos solidários com este tipo de dificuldades sentidas por pessoas que muito pouco têm a temer em relação às suas perspectivas financeiras futuras. Mas não deixa de ser um problema e grave. Que acontecerá quando o petróleo acabar ou for subsituído por outra tecnologia? Que futuro estará reservado (como perguntava o 7 days) aos potenciais Bill Gates e Steve Jobs deste país quando são levados para o conforto de uma vida de privilégio e sossego profissional absoluto? Quem é que irá emigrar, aprender diferentes formas de trabalho, aventurar-se para ambientes altamente competitivos e ganhar com todas essas experiências?
Estão longe de ser estes os nossos problemas, mas não deixam ser questões relevantes e que definirão o futuro da região no longo prazo. E mostra-nos a história que é pelo Médio Oriente que começam e acabam uma parte relevante dos problemas geo-estratégicos do mundo. De qualquer forma, Deus queira que um dia Portugal possa enfrentar este tipo de desafios...
Boa noite
ResponderEliminarMuito bom texto, e bem escrito e informativo.
Portugal podera vir a ser um pais rico economicamente sem ser preciso petroleo, basta sair do Euro no momento certo, e recuperar os pilares da nossa soberania, repor fronteiras, por maos no nossos capitais, e colocar como e obvio colocar o escudo como moeda oficial.
Depois seria saber "jogar" (negociar) com as potencias aliadas a nossa situacao privilegiada geograficamente, pois ninguem deixaria que nos fossemos para uma o colo de um super-potencia economica rival (China, Russia), nesse negocio pedir investimento no nosso pais na industrializacao, e investir forte na area tecnologica.
Depois e bom lembrar que Portugal e o pais juntamente com a grecia um pais com uma alta prespectiva de termos petroleo, na costa lusitana existe o problema e como explora lo e se vale mesmo a pena, e para nao falar que Portugal tem 184 minas de ouro e ferro por explorar e do gas propano que nos podemos ter uma das maiores reservas do mundo qume o diz e uma empresa america que esta interessada nessa mesma regiao.
cumprimentos ao administrador e peco desculpa pela falta de acentos mas como o pc e de teclado alemao nao tem acentos portugueses.
Caro Anónimo
EliminarObrigado pelas suas palavras. Temia um pouco que este texto, por ser relativo a um problema que simplesmente não nos afecta enquanto simultaneamente sofremos de problemas tão graves, não causasse grande interesse. Claro que não escrevo só para os outros, também o faço para organizar as minhas ideias e poder confrontar-me a mim próprio com que disse anteriormente (falhei por exemplo quando dei por garantida a vitória do Syriza nas últimas eleições gregas), mas fico feliz pelo interesse demonstrado.
Quanto ao seu comentário propriamente dito, só tenho discordância na questão da saída do euro. Já tivemos moeda própria no passado e o que a história nos mostra é que todos os problemas eram resolvidos imprimindo mais moeda o que tem consequências desastrosas a longo prazo. Talvez agora nos portássemos melhor, mas tenho as minhas dúvidas.
Por outro lado, não sei o que aconteceria à nossa dívida. Não tenho conhecimento de nenhum mecanismo que nos permitisse passar a imensa dívida pública e privada de euros para a nova moeda, o que levaria a que cada desvalorização (mesmo tendo consequências positivas nas exportações) tornaria a dívida mais díficil de pagar.
Por fim, sendo Portugal um país altamente globalizado (i.e. o nível de Exportações mais Importações a dividir pelo PIB é muito acima da média) as dificuldades causadas por ter moedas diferentes poderia ter impactos muito imediatos nas transacções, obrigando a um ajustamento violento e não necessariamente positivo.
Compreendo a saída do Euro seja vista como uma opção. E como não acredito em tabus acho que deve ser discutida abertamente sem dogmas ou preconceitos. Mas para já tudo me leva a crer que a solução para Portugal tem que ser ficar no euro mas adaptar a sua economia para estar mais baseada na produção e na exportação, menos no consumo e mantendo uma balança comercial positiva e muito sólida.
Os melhores cumprimentos,
António
Aconselho a leitura do seguinte artigo do Independent
ResponderEliminarhttp://www.independent.co.uk/opinion/commentators/johann-hari/the-dark-side-of-dubai-1664368.html?fb_action_ids=2901623858935&fb_action_types=news.reads&fb_source=other_multiline#access_token
A face muito negra mesmo de Abu Dhabi. Impossível ficar indiferente.
Cumprimentos
SC
Cara Susana
EliminarConheço bem esse artigo. Li-o há alguns anos e quando vou regularmente ver os artigos do Robert Fisk noto que continua no top 10 do ranking de artigos mais lidos do The Independent há bastantes anos e com boas razões para isso. Mesmo depois de Johann Hari ter caído em desgraça por ter re-escrito e acrescentado coisas às entrevistas que tinha feito (o seu último artigo é um pedido de desculpas formas por iso mesmo).
O problema dos direitos dos imigrantes nos EAU, em especial os do sub-continente indiano é extremamente grave e infelizmente ignorado pelos expats. O racismo em relação a estes não é só ao nível da exploração pelas empresas que os trazem para trabalhar, mas até nas pequenas coisas do dia-a-dia. E não é um exclusivo dos árabes locais. Notei quase sempre a mesma mentalidade nos europeus, americanos e outros que trabalham no Dubai e Abu Dhabi. Nota-se nas passadeiras por exemplo, onde a esmagadora maioria das pessoas não trava se o transeunte for um indiano. No tratamento que recebem numa fila do McDonalds, na possibilidade de entrar num restaurante, etc.
O Sheikh Mohammad iniciou uma série de reformas desde 2006 (quando tomou oficialmente conta do Dubai por morte do irmão Sheikh Maktoum) no sentido de inverter essa tendência. Pode parecer pouco, mas foi bom naquela altura ver que as obras paravam no pico de calor no verão, devido as acidentes que aconteciam quando as temperaturas vão acima dos 45 graus. Que começaram a prender os que abusavam das empregadas domésticas (tipicamente tiravam-lhes os passaportes e tornavam-se basicamente escravas).
E - sendo um país onde existe censura - fico contente por lhe dizer que hoje (encontro-me em Abu Dhabi e acabei de fazer a experiência) é possível ver esse mesmo artigo.
Nem o Dubai nem Abu Dhabi são o paraíso na terra. Nenhum lugar é. Felizmente têm conseguido subir muitos pontos ao nível dos direitos humanos, pelo que vou sabendo, mas ainda haverá certamente muito a fazer.
E concordo totalmente consigo. É impossível ficar indiferente.
Cumprimentos,
António
Boa Tarde
ResponderEliminarPedia ao Sr Antonio que visse este pequeno video http://www.youtube.com/watch?v=GX2eK68M7ME&feature=related depois compare a situacao economica portuguesa e de seguida va procurar qual o pais que tem mais problablidade de ter recursos naturais em ambundacia depois diga alguma coisa
Obrigado pela atencao.
Caro Anónimo
EliminarObrigado pelo seu comentário. Vi o video que enviou com bastante interesse. Em relação a muito do que se relaciona com o médio oriente, tenho noçao de que são verdadeiras (nomeadamente o golpe no Irão) e também muito do que dizem sobre Saddam Hussein. Nas partes mais relacionadas com a América Latina, não tenho um conhecimento tão profundo, por isso não estou em condiçoes de julgar, mas não fico surpreendido.
Não fiquei totalmente convencido que o "self-proclaimed economic hitman" fosse verdade, mesmo que muits das coisas que conta sejam reais.
E também não tenho a certeza de que exista algum tipo de conspiração contra Portugal, embora não tenha dúvidas de que muita gente estará apostando muito dinheiro na nossa queda (pode ser que lhes corra mal...)
Os melhores cumprimentos,
António
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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