sexta-feira, 30 de março de 2012
Medina Carreira - Electricidade
Mais um programa assustador e que merece ser visto, sobre as rendas excessivas da energia e da forma como os consumidores pagam muito mais de rendibilidades garantidas do que pagam realmente de electricidade nas suas facturas da EDP. Mais uma ticking bomb para Portugal resolver...
sexta-feira, 23 de março de 2012
Self Hating Western
Tenho-me visto confrontado diversas vezes com acusações interessantes quando discuto questões relativas ao Médio Oriente ou às relações entre "Ocidentais" e "Orientais" (tipicamente Árabes).
Num comentário no jornal online Expresso, em que apreciei um artigo de Faranaz Keshavjee com o título "Mulheres e sexo no Irão", lembrei a importância de não nos deixarmos levar pelas tentativas de demonização que precedem todos os conflitos desde a invenção da propaganda e pela necessidade de distinguirmos entre o que faz um governo e o seu povo.
Recebi uma resposta bastante extensa, que culminava com a seguinte frase:
"Bom, isso só será válido para o outro lado, certo? Sim, porque "nós" os 'ocidentais' somos os mauzões, burros, que confundimos tudo, ao contrário dos não-ocidentais que já nos toparam há muito e sabem muito bem distinguir o Povo dos Governo."
(o artigo original, o meu comentário e a resposta original pode ser encontrada em http://expresso.sapo.pt/mulheres-e-sexo-no-irao=f713581)
Recentemente numa reunião com a minha família alargada, e discutindo a "Primavera Árabe" e a "Guerra contra o Terror", recebi também umas críticas que seguiam vagamente a questão da guerra de civilizações e da necessidade de eu escolher um lado.
Noutras situações, quando apresento situações que considero vergonhosas passadas no ocidente, tais como Guantánamo, tortura, o petróleo e as guerras no Médio Oriente, rapidamente ouço comentários que desprezam o assunto em questão e passam para um ataque pessoal do género "se preferires podes ir viver para o Irão ou a Arábia Saudita".
Simplificando, e re-utilizando um termo pejorativo dado aos judeus que se atrevem a condenar algum acto do governo de Israel, consideram-me um self hating western. Nessa condição, assume-se que eu tenho um ódio contra a minha religião, cultura, nacionalidade, continente, cor de pele, etc. Uma espécie de um complexo de culpa por todos os crimes alguma vez cometidos pelos países ocidentais.
Para que fique claro, eu considero a civilização ocidental de origem judaico-cristã mas definitivamente secular, livre, capitalista e humanista como uma das maiores maravilhas alguma vez construídas pela humanidade. É precisamente por acreditar nisso e - até agora - não ter encontrado nenhuma alternativa que a consiga superar, que procuro defendê-la todos os dias. E defender os ideais das revoluções francesas e americana, da carta dos direitos humanos, da convenção de Genebra, etc. significa lutar por eles e gritar desalmadamente cada vez que alguém os procura atropelar.
Quando Bin Laden entra para a história com o maior ataque terrorista da história, o Ocidente sofre enormes danos. Para além das vítimas directas, alguns dos maiores foi mesmo a propensão para suspender direitos humanos, para permitir a tortura de suspeitos de terrorismo, para demonizar os mais de mil milhões de muçulmanos que foram todos considerados culpados pelo crime que umas dezenas de pessoas cometeram.
Defendermos o nosso estilo de vida e a nossa civilização tem que passar por defender todos esses direitos conseguidos durante séculos. Significa também apoiarmos todos os que procuram o mesmo, seja na Tunísia, Egipto, China, Irão, Arábia Saudita ou Israel.
Num comentário no jornal online Expresso, em que apreciei um artigo de Faranaz Keshavjee com o título "Mulheres e sexo no Irão", lembrei a importância de não nos deixarmos levar pelas tentativas de demonização que precedem todos os conflitos desde a invenção da propaganda e pela necessidade de distinguirmos entre o que faz um governo e o seu povo.
Recebi uma resposta bastante extensa, que culminava com a seguinte frase:
"Bom, isso só será válido para o outro lado, certo? Sim, porque "nós" os 'ocidentais' somos os mauzões, burros, que confundimos tudo, ao contrário dos não-ocidentais que já nos toparam há muito e sabem muito bem distinguir o Povo dos Governo."
(o artigo original, o meu comentário e a resposta original pode ser encontrada em http://expresso.sapo.pt/mulheres-e-sexo-no-irao=f713581)
Recentemente numa reunião com a minha família alargada, e discutindo a "Primavera Árabe" e a "Guerra contra o Terror", recebi também umas críticas que seguiam vagamente a questão da guerra de civilizações e da necessidade de eu escolher um lado.
Noutras situações, quando apresento situações que considero vergonhosas passadas no ocidente, tais como Guantánamo, tortura, o petróleo e as guerras no Médio Oriente, rapidamente ouço comentários que desprezam o assunto em questão e passam para um ataque pessoal do género "se preferires podes ir viver para o Irão ou a Arábia Saudita".
Simplificando, e re-utilizando um termo pejorativo dado aos judeus que se atrevem a condenar algum acto do governo de Israel, consideram-me um self hating western. Nessa condição, assume-se que eu tenho um ódio contra a minha religião, cultura, nacionalidade, continente, cor de pele, etc. Uma espécie de um complexo de culpa por todos os crimes alguma vez cometidos pelos países ocidentais.
Para que fique claro, eu considero a civilização ocidental de origem judaico-cristã mas definitivamente secular, livre, capitalista e humanista como uma das maiores maravilhas alguma vez construídas pela humanidade. É precisamente por acreditar nisso e - até agora - não ter encontrado nenhuma alternativa que a consiga superar, que procuro defendê-la todos os dias. E defender os ideais das revoluções francesas e americana, da carta dos direitos humanos, da convenção de Genebra, etc. significa lutar por eles e gritar desalmadamente cada vez que alguém os procura atropelar.
Quando Bin Laden entra para a história com o maior ataque terrorista da história, o Ocidente sofre enormes danos. Para além das vítimas directas, alguns dos maiores foi mesmo a propensão para suspender direitos humanos, para permitir a tortura de suspeitos de terrorismo, para demonizar os mais de mil milhões de muçulmanos que foram todos considerados culpados pelo crime que umas dezenas de pessoas cometeram.
Defendermos o nosso estilo de vida e a nossa civilização tem que passar por defender todos esses direitos conseguidos durante séculos. Significa também apoiarmos todos os que procuram o mesmo, seja na Tunísia, Egipto, China, Irão, Arábia Saudita ou Israel.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Empire - Al Jazeera
Empire é um programa semanal da estação de televisão do Qatar Al Jazeera, apresentado por Marwan Bishara e que contém alguns dos mais interessantes debates sobre assuntos diplomáticos e políticos do Médio Oriente.
Tenho-o acompanhado nos últimos anos quer pela sua qualidade como também pelo hábito que adquiri de procurar ouvir as mesmas notícias em canais diferentes. Tipicamente RTP, SIC Notícias, BBC, CNN e Al Jazeera. Os canais portugueses são invulgarmente isentos em relação ao panorama internacional. BBC é interessante mas politicamente correcta e evita entrar em grandes conflitos. A CNN mostra um ponto de vista parcial pró-Americano em tudo o que apresenta mas tem consideração pelos factos e pelas realidades que mostra (quando perco a paciência com a CNN tento ver 20 minutos da FOX News e volto logo a gostar da CNN...). Por fim, a Al Jazeera é uma excelente televisão que, não sendo imparcial porque mostra sempre o ponto de vista Árabe, incluí excelentes reportagens e entrevistas e é a única televisão do mundo Árabe que vale a pena ver. O seu único ponto fraco é o próprio Qatar: quem assistir a este canal durante doze meses chega à conclusão de que falta um país no Médio Oriente (o próprio Qatar), já que a sua isenção e capacidade de reportagem chega a todo lado (Israel incluído) mas nunca ao seu próprio país.
Deixo aqui o link para o canal do You Tube que inclui todos os programas desde 2008:
http://www.youtube.com/show?p=Qd0_-6PCq3M&tracker=show_av
Um episódio que gostei especialmente data do final de 2010 e trata da corrida mundial ao armamento e os gastos astronómicos que lhe estão associados. Incluí alguns temas extremamente relevantes como os inimigos reais e imaginários e a forma como estes são amplificados pelos media e pelos políticos, compras militares feitas pelo congresso americano contra a vontade das forças armadas (mais tarde acabei por ver vários artigos de jornais americanos a apontarem decisões semelhantes), da venda de armas, etc. Para termos uma ideia do ponto a que chegamos, os EUA gastam hoje em armamento o dobro do que gastavam em qualquer momento da guerra fria.
Tenho-o acompanhado nos últimos anos quer pela sua qualidade como também pelo hábito que adquiri de procurar ouvir as mesmas notícias em canais diferentes. Tipicamente RTP, SIC Notícias, BBC, CNN e Al Jazeera. Os canais portugueses são invulgarmente isentos em relação ao panorama internacional. BBC é interessante mas politicamente correcta e evita entrar em grandes conflitos. A CNN mostra um ponto de vista parcial pró-Americano em tudo o que apresenta mas tem consideração pelos factos e pelas realidades que mostra (quando perco a paciência com a CNN tento ver 20 minutos da FOX News e volto logo a gostar da CNN...). Por fim, a Al Jazeera é uma excelente televisão que, não sendo imparcial porque mostra sempre o ponto de vista Árabe, incluí excelentes reportagens e entrevistas e é a única televisão do mundo Árabe que vale a pena ver. O seu único ponto fraco é o próprio Qatar: quem assistir a este canal durante doze meses chega à conclusão de que falta um país no Médio Oriente (o próprio Qatar), já que a sua isenção e capacidade de reportagem chega a todo lado (Israel incluído) mas nunca ao seu próprio país.
Deixo aqui o link para o canal do You Tube que inclui todos os programas desde 2008:
http://www.youtube.com/show?p=Qd0_-6PCq3M&tracker=show_av
Um episódio que gostei especialmente data do final de 2010 e trata da corrida mundial ao armamento e os gastos astronómicos que lhe estão associados. Incluí alguns temas extremamente relevantes como os inimigos reais e imaginários e a forma como estes são amplificados pelos media e pelos políticos, compras militares feitas pelo congresso americano contra a vontade das forças armadas (mais tarde acabei por ver vários artigos de jornais americanos a apontarem decisões semelhantes), da venda de armas, etc. Para termos uma ideia do ponto a que chegamos, os EUA gastam hoje em armamento o dobro do que gastavam em qualquer momento da guerra fria.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Hipocrisia
Não sou o primeiro e não serei certamente o último a escrever sobre este grave problema que temos nos media ocidentais, e por arrasto, em toda a cultura mainstream do ocidente.
A pretensa superioridade moral do Ocidente chegou a um tal ponto que conseguimos desculpar todos os "nossos" erros como crises de loucura de um indivíduo, danos colaterais, falta de formação, escudos humanos e coisas do género. Os crimes dos "outros" (em especial quando os outros são muçulmanos) são, pelo contrário, sempre resultado de uma cultura/religião atrasada, malvada e dominadora.
Já o tínhamos visto centenas de vezes em massacres como Kana I e II, Sabra e Chatila, em inúmeras ocasiões nas últimas guerras do Iraque e Afeganistão, onde cada vez que morrem civis passamos sempre pelo mesmo processo mediático: negação, suspeita de escudo humano, danos colaterais, erro logistíco/formação e finalmente loucura. Em momento algum somos nós - cristãos - a ter atitutes imorais contra muçulmanos.
Em Abu Graib voltamos a ver algo semelhante. Torturas desumanas que vão completamente contra a carta dos direitos do Homem que foram primeiro negadas e depois consideradas distúrbios psicológicos.
Por outro lado, o regime de Assad é acusado pelo ocidente de ser um regime malvado (o golpe de marketing utilizado foi a suposta pertença no recém imaginado Axis of Evil) precisamente por bombardear civis e torturar pessoas (precisamente o que a NATO tem feito sem qualquer tipo de vergonha durante os últimos 10 anos).
No espaço de duas semanas temos mais dois casos exemplificativos:
1) Um soldado americano no Afeganistão assassina 16 pessoas incluindo crianças e é considerado como um homem com problemas mentais.
2) Um françês de origem argelina assassina 7 pessoas incluindo crianças e é considerado um fundamentalista islâmico e um ataque do próprio Islão à civilização Judaico-Cristã.
O mais curioso é a velocidade com que o Ocidente inteiro aceita esta contradição em real time. Não é o resultado de análises psicológicas aos indivíduos ou um longo processo em tribunal. É simplesmente um dogma:
Quando um cristão/judeu comete um crime é um indivíduo louco. Quando um muçulmano comete um crime é resultado de uma religião criminosa.
A pretensa superioridade moral do Ocidente chegou a um tal ponto que conseguimos desculpar todos os "nossos" erros como crises de loucura de um indivíduo, danos colaterais, falta de formação, escudos humanos e coisas do género. Os crimes dos "outros" (em especial quando os outros são muçulmanos) são, pelo contrário, sempre resultado de uma cultura/religião atrasada, malvada e dominadora.
Já o tínhamos visto centenas de vezes em massacres como Kana I e II, Sabra e Chatila, em inúmeras ocasiões nas últimas guerras do Iraque e Afeganistão, onde cada vez que morrem civis passamos sempre pelo mesmo processo mediático: negação, suspeita de escudo humano, danos colaterais, erro logistíco/formação e finalmente loucura. Em momento algum somos nós - cristãos - a ter atitutes imorais contra muçulmanos.
Em Abu Graib voltamos a ver algo semelhante. Torturas desumanas que vão completamente contra a carta dos direitos do Homem que foram primeiro negadas e depois consideradas distúrbios psicológicos.
Por outro lado, o regime de Assad é acusado pelo ocidente de ser um regime malvado (o golpe de marketing utilizado foi a suposta pertença no recém imaginado Axis of Evil) precisamente por bombardear civis e torturar pessoas (precisamente o que a NATO tem feito sem qualquer tipo de vergonha durante os últimos 10 anos).
No espaço de duas semanas temos mais dois casos exemplificativos:
1) Um soldado americano no Afeganistão assassina 16 pessoas incluindo crianças e é considerado como um homem com problemas mentais.
2) Um françês de origem argelina assassina 7 pessoas incluindo crianças e é considerado um fundamentalista islâmico e um ataque do próprio Islão à civilização Judaico-Cristã.
O mais curioso é a velocidade com que o Ocidente inteiro aceita esta contradição em real time. Não é o resultado de análises psicológicas aos indivíduos ou um longo processo em tribunal. É simplesmente um dogma:
Quando um cristão/judeu comete um crime é um indivíduo louco. Quando um muçulmano comete um crime é resultado de uma religião criminosa.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Goldman Sachs
Artigo de Greg Smith ontem no New York Times, no dia em que sai da Goldman Sachs e que mostra o nível a que chegou este banco de investimentos. As acusações sobre a forma como estas empresas se têm comportado, em especial durante a crise de 2008-20?? tem sido alvo de acusações violentas por parte do público e dos governos, mas quando se começam a ouvir estes comentários vindos de dentro têm outra força, e outro conhecimento em primeira mão.
http://www.nytimes.com/2012/03/14/opinion/why-i-am-leaving-goldman-sachs.html?pagewanted=1
TODAY is my last day at Goldman Sachs. After almost 12 years at the firm — first as a summer intern while at Stanford, then in New York for 10 years, and now in London — I believe I have worked here long enough to understand the trajectory of its culture, its people and its identity. And I can honestly say that the environment now is as toxic and destructive as I have ever seen it.
To put the problem in the simplest terms, the interests of the client continue to be sidelined in the way the firm operates and thinks about making money. Goldman Sachs is one of the world’s largest and most important investment banks and it is too integral to global finance to continue to act this way. The firm has veered so far from the place I joined right out of college that I can no longer in good conscience say that I identify with what it stands for.
It might sound surprising to a skeptical public, but culture was always a vital part of Goldman Sachs’s success. It revolved around teamwork, integrity, a spirit of humility, and always doing right by our clients. The culture was the secret sauce that made this place great and allowed us to earn our clients’ trust for 143 years. It wasn’t just about making money; this alone will not sustain a firm for so long. It had something to do with pride and belief in the organization. I am sad to say that I look around today and see virtually no trace of the culture that made me love working for this firm for many years. I no longer have the pride, or the belief.
But this was not always the case. For more than a decade I recruited and mentored candidates through our grueling interview process. I was selected as one of 10 people (out of a firm of more than 30,000) to appear on our recruiting video, which is played on every college campus we visit around the world. In 2006 I managed the summer intern program in sales and trading in New York for the 80 college students who made the cut, out of the thousands who applied.
I knew it was time to leave when I realized I could no longer look students in the eye and tell them what a great place this was to work.
When the history books are written about Goldman Sachs, they may reflect that the current chief executive officer, Lloyd C. Blankfein, and the president, Gary D. Cohn, lost hold of the firm’s culture on their watch. I truly believe that this decline in the firm’s moral fiber represents the single most serious threat to its long-run survival.
Over the course of my career I have had the privilege of advising two of the largest hedge funds on the planet, five of the largest asset managers in the United States, and three of the most prominent sovereign wealth funds in the Middle East and Asia. My clients have a total asset base of more than a trillion dollars. I have always taken a lot of pride in advising my clients to do what I believe is right for them, even if it means less money for the firm. This view is becoming increasingly unpopular at Goldman Sachs. Another sign that it was time to leave.
How did we get here? The firm changed the way it thought about leadership. Leadership used to be about ideas, setting an example and doing the right thing. Today, if you make enough money for the firm (and are not currently an ax murderer) you will be promoted into a position of influence.
What are three quick ways to become a leader? a) Execute on the firm’s “axes,” which is Goldman-speak for persuading your clients to invest in the stocks or other products that we are trying to get rid of because they are not seen as having a lot of potential profit. b) “Hunt Elephants.” In English: get your clients — some of whom are sophisticated, and some of whom aren’t — to trade whatever will bring the biggest profit to Goldman. Call me old-fashioned, but I don’t like selling my clients a product that is wrong for them. c) Find yourself sitting in a seat where your job is to trade any illiquid, opaque product with a three-letter acronym.
Today, many of these leaders display a Goldman Sachs culture quotient of exactly zero percent. I attend derivatives sales meetings where not one single minute is spent asking questions about how we can help clients. It’s purely about how we can make the most possible money off of them. If you were an alien from Mars and sat in on one of these meetings, you would believe that a client’s success or progress was not part of the thought process at all.
It makes me ill how callously people talk about ripping their clients off. Over the last 12 months I have seen five different managing directors refer to their own clients as “muppets,” sometimes over internal e-mail. Even after the S.E.C., Fabulous Fab, Abacus, God’s work, Carl Levin, Vampire Squids? No humility? I mean, come on. Integrity? It is eroding. I don’t know of any illegal behavior, but will people push the envelope and pitch lucrative and complicated products to clients even if they are not the simplest investments or the ones most directly aligned with the client’s goals? Absolutely. Every day, in fact.
It astounds me how little senior management gets a basic truth: If clients don’t trust you they will eventually stop doing business with you. It doesn’t matter how smart you are.
These days, the most common question I get from junior analysts about derivatives is, “How much money did we make off the client?” It bothers me every time I hear it, because it is a clear reflection of what they are observing from their leaders about the way they should behave. Now project 10 years into the future: You don’t have to be a rocket scientist to figure out that the junior analyst sitting quietly in the corner of the room hearing about “muppets,” “ripping eyeballs out” and “getting paid” doesn’t exactly turn into a model citizen.
When I was a first-year analyst I didn’t know where the bathroom was, or how to tie my shoelaces. I was taught to be concerned with learning the ropes, finding out what a derivative was, understanding finance, getting to know our clients and what motivated them, learning how they defined success and what we could do to help them get there.
My proudest moments in life — getting a full scholarship to go from South Africa to Stanford University, being selected as a Rhodes Scholar national finalist, winning a bronze medal for table tennis at the Maccabiah Games in Israel, known as the Jewish Olympics — have all come through hard work, with no shortcuts. Goldman Sachs today has become too much about shortcuts and not enough about achievement. It just doesn’t feel right to me anymore.
I hope this can be a wake-up call to the board of directors. Make the client the focal point of your business again. Without clients you will not make money. In fact, you will not exist. Weed out the morally bankrupt people, no matter how much money they make for the firm. And get the culture right again, so people want to work here for the right reasons. People who care only about making money will not sustain this firm — or the trust of its clients — for very much longer.
(Greg Smith is resigning today as a Goldman Sachs executive director and head of the firm’s United States equity derivatives business in Europe, the Middle East and Africa.)
http://www.nytimes.com/2012/03/14/opinion/why-i-am-leaving-goldman-sachs.html?pagewanted=1
TODAY is my last day at Goldman Sachs. After almost 12 years at the firm — first as a summer intern while at Stanford, then in New York for 10 years, and now in London — I believe I have worked here long enough to understand the trajectory of its culture, its people and its identity. And I can honestly say that the environment now is as toxic and destructive as I have ever seen it.
To put the problem in the simplest terms, the interests of the client continue to be sidelined in the way the firm operates and thinks about making money. Goldman Sachs is one of the world’s largest and most important investment banks and it is too integral to global finance to continue to act this way. The firm has veered so far from the place I joined right out of college that I can no longer in good conscience say that I identify with what it stands for.
It might sound surprising to a skeptical public, but culture was always a vital part of Goldman Sachs’s success. It revolved around teamwork, integrity, a spirit of humility, and always doing right by our clients. The culture was the secret sauce that made this place great and allowed us to earn our clients’ trust for 143 years. It wasn’t just about making money; this alone will not sustain a firm for so long. It had something to do with pride and belief in the organization. I am sad to say that I look around today and see virtually no trace of the culture that made me love working for this firm for many years. I no longer have the pride, or the belief.
But this was not always the case. For more than a decade I recruited and mentored candidates through our grueling interview process. I was selected as one of 10 people (out of a firm of more than 30,000) to appear on our recruiting video, which is played on every college campus we visit around the world. In 2006 I managed the summer intern program in sales and trading in New York for the 80 college students who made the cut, out of the thousands who applied.
I knew it was time to leave when I realized I could no longer look students in the eye and tell them what a great place this was to work.
When the history books are written about Goldman Sachs, they may reflect that the current chief executive officer, Lloyd C. Blankfein, and the president, Gary D. Cohn, lost hold of the firm’s culture on their watch. I truly believe that this decline in the firm’s moral fiber represents the single most serious threat to its long-run survival.
Over the course of my career I have had the privilege of advising two of the largest hedge funds on the planet, five of the largest asset managers in the United States, and three of the most prominent sovereign wealth funds in the Middle East and Asia. My clients have a total asset base of more than a trillion dollars. I have always taken a lot of pride in advising my clients to do what I believe is right for them, even if it means less money for the firm. This view is becoming increasingly unpopular at Goldman Sachs. Another sign that it was time to leave.
How did we get here? The firm changed the way it thought about leadership. Leadership used to be about ideas, setting an example and doing the right thing. Today, if you make enough money for the firm (and are not currently an ax murderer) you will be promoted into a position of influence.
What are three quick ways to become a leader? a) Execute on the firm’s “axes,” which is Goldman-speak for persuading your clients to invest in the stocks or other products that we are trying to get rid of because they are not seen as having a lot of potential profit. b) “Hunt Elephants.” In English: get your clients — some of whom are sophisticated, and some of whom aren’t — to trade whatever will bring the biggest profit to Goldman. Call me old-fashioned, but I don’t like selling my clients a product that is wrong for them. c) Find yourself sitting in a seat where your job is to trade any illiquid, opaque product with a three-letter acronym.
Today, many of these leaders display a Goldman Sachs culture quotient of exactly zero percent. I attend derivatives sales meetings where not one single minute is spent asking questions about how we can help clients. It’s purely about how we can make the most possible money off of them. If you were an alien from Mars and sat in on one of these meetings, you would believe that a client’s success or progress was not part of the thought process at all.
It makes me ill how callously people talk about ripping their clients off. Over the last 12 months I have seen five different managing directors refer to their own clients as “muppets,” sometimes over internal e-mail. Even after the S.E.C., Fabulous Fab, Abacus, God’s work, Carl Levin, Vampire Squids? No humility? I mean, come on. Integrity? It is eroding. I don’t know of any illegal behavior, but will people push the envelope and pitch lucrative and complicated products to clients even if they are not the simplest investments or the ones most directly aligned with the client’s goals? Absolutely. Every day, in fact.
It astounds me how little senior management gets a basic truth: If clients don’t trust you they will eventually stop doing business with you. It doesn’t matter how smart you are.
These days, the most common question I get from junior analysts about derivatives is, “How much money did we make off the client?” It bothers me every time I hear it, because it is a clear reflection of what they are observing from their leaders about the way they should behave. Now project 10 years into the future: You don’t have to be a rocket scientist to figure out that the junior analyst sitting quietly in the corner of the room hearing about “muppets,” “ripping eyeballs out” and “getting paid” doesn’t exactly turn into a model citizen.
When I was a first-year analyst I didn’t know where the bathroom was, or how to tie my shoelaces. I was taught to be concerned with learning the ropes, finding out what a derivative was, understanding finance, getting to know our clients and what motivated them, learning how they defined success and what we could do to help them get there.
My proudest moments in life — getting a full scholarship to go from South Africa to Stanford University, being selected as a Rhodes Scholar national finalist, winning a bronze medal for table tennis at the Maccabiah Games in Israel, known as the Jewish Olympics — have all come through hard work, with no shortcuts. Goldman Sachs today has become too much about shortcuts and not enough about achievement. It just doesn’t feel right to me anymore.
I hope this can be a wake-up call to the board of directors. Make the client the focal point of your business again. Without clients you will not make money. In fact, you will not exist. Weed out the morally bankrupt people, no matter how much money they make for the firm. And get the culture right again, so people want to work here for the right reasons. People who care only about making money will not sustain this firm — or the trust of its clients — for very much longer.
(Greg Smith is resigning today as a Goldman Sachs executive director and head of the firm’s United States equity derivatives business in Europe, the Middle East and Africa.)
Amnistia Internacional - Síria
Acabou de sair o último relatório da ONG Amnistia Internacional, onde a Síria aparece com bastante destaque. O que revela vai de encontro ao que temos ouvido das mais variadas fontes, mas acho que vale a pena ver o que escreveram sobre a tortura e que copiei aqui:
‘Abdelbaqi Khalaf, a Syrian Kurdish pro-democracy activist detained in September 2008, was reported to have been shackled by his wrists to a wall for eight days, tortured and otherwise ill-treated during more than a year in incommunicado detention. In August 2010 it was reported that he was being tortured to force him to “confess” to killing two members of the security forces. He was held at ‘Adra prison.
Torture and other ill-treatment
Torture and other ill-treatment were used extensively and with impunity in police stations and security agencies’ detention centres. According to reports, suspected Islamists and members of the Kurdish minority were subject to particularly harsh abuse. The SSSC and other courts often convicted defendants on the basis of “confessions” alleged to have been extracted under torture or other duress.‘Abdelbaqi Khalaf, a Syrian Kurdish pro-democracy activist detained in September 2008, was reported to have been shackled by his wrists to a wall for eight days, tortured and otherwise ill-treated during more than a year in incommunicado detention. In August 2010 it was reported that he was being tortured to force him to “confess” to killing two members of the security forces. He was held at ‘Adra prison.
In May, the UN Committee against Torture expressed concern about “numerous, ongoing and consistent” reports of torture by law enforcement and investigative officials, at their instigation or with their consent, particularly in detention facilities, and criticized the “quasi permanent” status of state of emergency legislation which “allows the suspension of fundamental rights and freedoms”. The government did not respond and had not implemented any of the Committee’s many recommendations by the end of 2010.
Para ter acesso ao relatório completo fazer o download em:
E para os detalhes da Síria, ver em:
Medina Carreira - PPPs
Medina Carreira fala há mais de uma década sobre o que vai acontecer a Portugal. Mostra números (essa heresia nacional) e grita alto e bom som os porquês da situação em que estamos, não tem medo de nomear aqueles que são responsáveis e mostra um absoluto desprezo pelo poder.
Um verdadeiro profeta da desgraça, que nunca se fez passar por messias, e que não deixa que os inimigos, a idade ou a situação em que estamos o cale. Felizmente, hoje, Portugal já o ouve.
Sobre as PPPs, no programa "Olhos nos Olhos" da TVI, com o Avelino Jesus esta semana. Este convidado faz acusações gravíssimas no video 3, por volta dos 10m, que vale a pena ver com ainda mais cuidado:
Um verdadeiro profeta da desgraça, que nunca se fez passar por messias, e que não deixa que os inimigos, a idade ou a situação em que estamos o cale. Felizmente, hoje, Portugal já o ouve.
Sobre as PPPs, no programa "Olhos nos Olhos" da TVI, com o Avelino Jesus esta semana. Este convidado faz acusações gravíssimas no video 3, por volta dos 10m, que vale a pena ver com ainda mais cuidado:
Newt Gingrich - III Guerra Mundial
Tenho acompanhado as primárias do Partido Repúblicano americano com alguma preocupação, em especial no que toca a diplomacia a guerra. Um a um, todos vão ao beija-mão à AIPAC, o maior loby judeu nos Estados Unidos e competem para ver quem faz as mais bárbaras e parciais posições sobre o médio oriente e os seus ancestrais problemas. Os Democratas não andam muito longe disto mas o seu nível de ridículo parece ter algum limite.
Newt deixou-me de boca aberta quando se refiriu aos palestinianos com a frase "These people are terrorists" durante um debate dos candidatos republicanos (http://www.guardian.co.uk/world/2011/dec/11/newt-gingrich-palestinian-comments-criticised). Este é normalmente o prelúdio de uma guerra. A milenar frase de que a primeira vítima da guerra é a verdade poderia certamente ser acompanhada pela demonização do povo inimigo. Já o vimos inúmeras vezes: os alemães passam a ser hunos, os americanos yankees, no rwanda eram baratas e chegamos a ter o Primeiro Ministro de Israel - Menachem Begin - a referir-se aos palestinianos como two-legged beasts. Tenho a certeza de que Hitler terá utilizado termos semelhantes em relação aos judeus. E vimos como isso acabou...
Transformar os inimigos em demónios é a forma mais fácil de conseguir que os soldados disparem no momento crucial. Que assassinem civis, velhos e crianças indiscriminadamente e que possam voltar para casa no final e dormir acreditando que fizeram algo de positivo.
Quando Newt resumiu os palestinianos a terroristas (provavelmente nunca terá conhecido nenhum senão teria pelo menos que pensar nas excepções...) preparou o terreno para algo muitíssimo grave: dar carta branca aos israelitas para fazerem o que bem entenderem no médio oriente. Seja no Irão, West Bank, Gaza, Líbano, Jordânia, Egipto, Síria ou no que quer que bem entendam. Talvez eu estivesse a exagerar quando pensei nisso, mas depois encontrei um artigo escrito pelo próprio em 2006 com o título "Third World War" do mesmo e dissipei as minhas dúvidas. Aconselho a leitura completa do artigo de opinião do candidato a candidato presidencial. Aqui fica o link:
http://www.humanevents.com/article.php?id=16065
Neste artigo, a invasão de Israel ao sul do Líbano (normalmente chamada de VI Guerra Israelo-Árabe), que durou 33 dias e que resultou numa das maiores vergonhas militares da história da Israel, a história é invertida e nas suas palavras é o Hizbullah que ataca Israel. O pretexto é uma das muitas escaramuças constantes que existem entre os dois. Naturalmente, o primeiro ministro israelita Olbert já tinha a invasão pronta e esperou apenas pelo próximo incidente para a iniciar um ataque massivo sobre o Líbano. Inicialmente o ataque era só com a força aérea e os seus objectivos eram partir a espinha ao Hizbullah enquanto simultaneamente deixavam todo o país (incluindo as áreas controladas pelos seus próprios aliados Cristãos Maronitas e o Exército Libanês) de volta à idade da pedra. Destruiram 77 pontes, 900 espaços comerciais, 30.000 casas, 31 "public utilities" com estações de tratamento de esgotos e centrais de energia, 2 hospitais e inutilizaram a pista do aeroporto de Beirut (que em momento algum fora controlado pelo Hizbullah). (fonte: David Hirst "Beware of Small States"). Depois invadiram por terra onde sofreram derrotas em Bint Jbeil e Maroun al-Ras. Tudo isto enquanto os líderes ouviam tudo o que se passava no lado israelita por conseguiram descodificar os canais militares israelitas (ao estilo dos ingleses com a Enigma na II Guerra Mundial). Também os famosos tanques israelitas Merkava sofreram mais de 50 baixas às mãos de improvised explosive devices e armas anti-tanque portáteis. Tudo isto Newt ignora, transformando (mais) esta war of choice numa guerra de sobrevivência.
Depois Newt continua com a sua lógica retorcida com um capítulo com o nome "Are We For Civilization or Appeasement?", onde volta à velha história de "ou estás comigo ou contra mim", sendo que neste caso o estarmos com ele significa sermos civilizados e se estivermos pela aproximição deveremos ser certamente traidores e incivilizados.
Felizmente este senhor parece estar fora da corrida. Mas também os outros pretendentes ao trono têm tido algumas declarações interessantes sobre política internacional e diplomacia. Voltaremos a isso sem dúvida...
Newt deixou-me de boca aberta quando se refiriu aos palestinianos com a frase "These people are terrorists" durante um debate dos candidatos republicanos (http://www.guardian.co.uk/world/2011/dec/11/newt-gingrich-palestinian-comments-criticised). Este é normalmente o prelúdio de uma guerra. A milenar frase de que a primeira vítima da guerra é a verdade poderia certamente ser acompanhada pela demonização do povo inimigo. Já o vimos inúmeras vezes: os alemães passam a ser hunos, os americanos yankees, no rwanda eram baratas e chegamos a ter o Primeiro Ministro de Israel - Menachem Begin - a referir-se aos palestinianos como two-legged beasts. Tenho a certeza de que Hitler terá utilizado termos semelhantes em relação aos judeus. E vimos como isso acabou...
Transformar os inimigos em demónios é a forma mais fácil de conseguir que os soldados disparem no momento crucial. Que assassinem civis, velhos e crianças indiscriminadamente e que possam voltar para casa no final e dormir acreditando que fizeram algo de positivo.
Quando Newt resumiu os palestinianos a terroristas (provavelmente nunca terá conhecido nenhum senão teria pelo menos que pensar nas excepções...) preparou o terreno para algo muitíssimo grave: dar carta branca aos israelitas para fazerem o que bem entenderem no médio oriente. Seja no Irão, West Bank, Gaza, Líbano, Jordânia, Egipto, Síria ou no que quer que bem entendam. Talvez eu estivesse a exagerar quando pensei nisso, mas depois encontrei um artigo escrito pelo próprio em 2006 com o título "Third World War" do mesmo e dissipei as minhas dúvidas. Aconselho a leitura completa do artigo de opinião do candidato a candidato presidencial. Aqui fica o link:
http://www.humanevents.com/article.php?id=16065
Neste artigo, a invasão de Israel ao sul do Líbano (normalmente chamada de VI Guerra Israelo-Árabe), que durou 33 dias e que resultou numa das maiores vergonhas militares da história da Israel, a história é invertida e nas suas palavras é o Hizbullah que ataca Israel. O pretexto é uma das muitas escaramuças constantes que existem entre os dois. Naturalmente, o primeiro ministro israelita Olbert já tinha a invasão pronta e esperou apenas pelo próximo incidente para a iniciar um ataque massivo sobre o Líbano. Inicialmente o ataque era só com a força aérea e os seus objectivos eram partir a espinha ao Hizbullah enquanto simultaneamente deixavam todo o país (incluindo as áreas controladas pelos seus próprios aliados Cristãos Maronitas e o Exército Libanês) de volta à idade da pedra. Destruiram 77 pontes, 900 espaços comerciais, 30.000 casas, 31 "public utilities" com estações de tratamento de esgotos e centrais de energia, 2 hospitais e inutilizaram a pista do aeroporto de Beirut (que em momento algum fora controlado pelo Hizbullah). (fonte: David Hirst "Beware of Small States"). Depois invadiram por terra onde sofreram derrotas em Bint Jbeil e Maroun al-Ras. Tudo isto enquanto os líderes ouviam tudo o que se passava no lado israelita por conseguiram descodificar os canais militares israelitas (ao estilo dos ingleses com a Enigma na II Guerra Mundial). Também os famosos tanques israelitas Merkava sofreram mais de 50 baixas às mãos de improvised explosive devices e armas anti-tanque portáteis. Tudo isto Newt ignora, transformando (mais) esta war of choice numa guerra de sobrevivência.
Depois Newt continua com a sua lógica retorcida com um capítulo com o nome "Are We For Civilization or Appeasement?", onde volta à velha história de "ou estás comigo ou contra mim", sendo que neste caso o estarmos com ele significa sermos civilizados e se estivermos pela aproximição deveremos ser certamente traidores e incivilizados.
Felizmente este senhor parece estar fora da corrida. Mas também os outros pretendentes ao trono têm tido algumas declarações interessantes sobre política internacional e diplomacia. Voltaremos a isso sem dúvida...
sábado, 10 de março de 2012
The Oil Factor: Behind the War on Terror
Um documentário já com 7 anos, "The Oil Factor: Behind the War on Terror" mostra como as guerras do Afeganistão e Iraque têm muito poucas relações com o 11 de Setembro, armas de destruição massiva ou direitos humanos.
Agora que a coligação aliada já retirou do Iraque e se prepara para deixar o Afeganistão, que Saddam Hussein e Bin Laden estão mortos e que os regimes Taliban e Baath Iraquiano desapareceram talvez seja a altura de rever o que foi dito entre 2001 e 2004.
O documentário tem cerca de 90 minutos e foi realizado por Audrey Brohy e Gerard Ungerman. Para mais algumas informações sobre o documentário no Wikipedia e IMDB ficam aqui os links:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Oil_Factor
http://www.imdb.com/title/tt0435710/
Agora que a coligação aliada já retirou do Iraque e se prepara para deixar o Afeganistão, que Saddam Hussein e Bin Laden estão mortos e que os regimes Taliban e Baath Iraquiano desapareceram talvez seja a altura de rever o que foi dito entre 2001 e 2004.
O documentário tem cerca de 90 minutos e foi realizado por Audrey Brohy e Gerard Ungerman. Para mais algumas informações sobre o documentário no Wikipedia e IMDB ficam aqui os links:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Oil_Factor
http://www.imdb.com/title/tt0435710/
Estados Unidos da Europa
A crise em que a europa está envolvida, já com a Grécia, Irlanda e Portugal em situação de apoio financeiro enquanto a Itália e Espanha estão perto disso tem obrigado a medidas de curto prazo duríssimas para os seus cidadãos de forma a controlar a espiral de déficit público destes países.
São muitas as explicações para esta crise, com raízes na crise de subprime americana, seguidas pela crise financeira resultante e finalmente pela crise orçamental provocada pelos gastos estatais feitos na tentative de controlar as crises anteriores. A próxima crise é naturalmente a crise de investimento causada quer pela austeridade orçamental quer pela crise de confiança dos consumidores e investidores.
E acabei de usar oito vezes a palavra "crise" para conseguir descrever a dita-cuja em que nos encontramos...
Sou um crítico violento do prémio Nobel da economia Paul Krugman. Gosto das análises que faz mas discordo das soluções que apresenta. Foi ele mesmo, com o poder que só um "óscar" da economia tem, e suportado por uma onda global de novos keynesianos, que deu a base científica para os déficit orçamentais incontrolados em que nos encontramos. Agora visita Portugal e diz-nos que "não faria diferente do que o governo português está a fazer" e que os salários portugueses teria que ser cortados ainda mais em relação aos da Alemanha. Escrevi sobre as suas visões um mês antes dessa vinda a Portugal:
http://oreivaivestido.blogspot.com/2012/01/economia-de-guerra-de-krugman.html
Nesse mesmo dia, Krugman tem um artigo no New York Times que faz uma análise bastante interessante sobre o problema da Europa e as dificuldades em que esta tenha um comportamento semelhante aos EUA. Deixo aqui o link e uma cópia de um parágrafo que vai de encontro ao meu tema de hoje:
http://www.nytimes.com/2011/01/16/magazine/16Europe-t.html?_r=1&pagewanted=all
"What does this have to do with the case for or against the euro? Well, when the single European currency was first proposed, an obvious question was whether it would work as well as the dollar does here in America. And the answer, clearly, was no — for exactly the reasons the Ireland-Nevada comparison illustrates. Europe isn’t fiscally integrated: German taxpayers don’t automatically pick up part of the tab for Greek pensions or Irish bank bailouts. And while Europeans have the legal right to move freely in search of jobs, in practice imperfect cultural integration — above all, the lack of a common language — makes workers less geographically mobile than their American counterparts.
And now you see why many American (and some British) economists have always been skeptical about the euro project. U.S.-based economists had long emphasized the importance of certain preconditions for currency union — most famously, Robert Mundell of Columbia stressed the importance of labor mobility, while Peter Kenen, my colleague at Princeton, emphasized the importance of fiscal integration. America, we know, has a currency union that works, and we know why it works: because it coincides with a nation — a nation with a big central government, a common language and a shared culture. Europe has none of these things, which from the beginning made the prospects of a single currency dubious."
Acho particularmente interessante porque, na minha opinião, pega precisamente em alguns dos assuntos que eu gostaria de ver discutidos no parlamento europeu e depois sufragados pelos Europeus.
Acredito na criação de uns Estados Unidos da Europa, aliás, não vejo outra solução para a Europa senão essa. Já fizemos muito até agora mas espero que consigamos dar o passo em frente. Mesmo com todas as dificuldades que hoje passamos, devemos lembrar-nos de a europa é o mais democrático de todos os continentes, onde os cidadãos têm o direito de processar os estados, onde os líderes políticos não ficam nos seus lugares para sempre, onde as liberdades religiosa, política e de imprensa são maiores e a UE o maior garante de uma paz duradoura neste campo de batalha das duas maiores guerras alguma vez vistas pela humanidade.
São vários os pontos que a Europa tem que discutir, para além das crises de curto prazo:
- A criação de um verdadeiro governo central, onde todos os estados (e não só a Grécia) abdicam de uma parte da sua soberania.
- Definição do que são os problemas comuns e os problemas de cada um dos estados de forma a que possam ser separadas as responsabilidades (por exemplo, as questões aduaneiras, e de polícia federal, de defesa e de negócios estrangeiros seriam no meu entender centralizadas).
- Funções do Banco Central Europeu, passando não só de protector da inflação baixa para emprestador de último recurso e financiador do governo europeu.
- Língua (e Cultura e Mobilidade Laboral) devia também ser discutida. Sei que é um ponto sensível porque a europa tem quase tantas línguas como países, mas deveria existir uma língua europeia para além das línguas nacionais. Inglês, Françês, Esperanto ou outra qualquer. Uma que fosse ensinada em todos os países desde os 5 anos e que em vinte anos toda a Europa consegui tratar os seus negócios nessa língua. Os romanos conseguiram colocar toda o seu império a falar latim, uma língua incrivelmente complexa sem sequer existir ensino básico. Porque motivo seria tão difícil fazermos o mesmo?
Embora com escassas hipóteses de ganhar, uma solução destas deve ser claramente feita com o apoio do povo e não nas suas costas. Ou por referendo directo ou dando tempo suficiente para que estas questões estejam explicitamente definidas nos planos de governo de todas as eleições nacionais durante um período de 4 a 6 anos.
Existem ainda outras opções, mas eu vejo-lhes defeitos muito mais graves: ficar como está, ou voltar para trás (aos estados nação). Não consigo imaginar como é conseguimos sobreviver a longo prazo se a Europa estiver partida em dezenas de estados de 10 a 40 milhões de habitantes enquanto os outros blocos nos fazem frente com 200 a 1500 milhões. Seja em ataques monetários, económicos, políticos ou mesmo financeiros se nada mudar (ou pior ainda se voltar para trás) não seremos mais do que campo de batalha para os restantes.
São muitas as explicações para esta crise, com raízes na crise de subprime americana, seguidas pela crise financeira resultante e finalmente pela crise orçamental provocada pelos gastos estatais feitos na tentative de controlar as crises anteriores. A próxima crise é naturalmente a crise de investimento causada quer pela austeridade orçamental quer pela crise de confiança dos consumidores e investidores.
E acabei de usar oito vezes a palavra "crise" para conseguir descrever a dita-cuja em que nos encontramos...
Sou um crítico violento do prémio Nobel da economia Paul Krugman. Gosto das análises que faz mas discordo das soluções que apresenta. Foi ele mesmo, com o poder que só um "óscar" da economia tem, e suportado por uma onda global de novos keynesianos, que deu a base científica para os déficit orçamentais incontrolados em que nos encontramos. Agora visita Portugal e diz-nos que "não faria diferente do que o governo português está a fazer" e que os salários portugueses teria que ser cortados ainda mais em relação aos da Alemanha. Escrevi sobre as suas visões um mês antes dessa vinda a Portugal:
http://oreivaivestido.blogspot.com/2012/01/economia-de-guerra-de-krugman.html
Nesse mesmo dia, Krugman tem um artigo no New York Times que faz uma análise bastante interessante sobre o problema da Europa e as dificuldades em que esta tenha um comportamento semelhante aos EUA. Deixo aqui o link e uma cópia de um parágrafo que vai de encontro ao meu tema de hoje:
http://www.nytimes.com/2011/01/16/magazine/16Europe-t.html?_r=1&pagewanted=all
"What does this have to do with the case for or against the euro? Well, when the single European currency was first proposed, an obvious question was whether it would work as well as the dollar does here in America. And the answer, clearly, was no — for exactly the reasons the Ireland-Nevada comparison illustrates. Europe isn’t fiscally integrated: German taxpayers don’t automatically pick up part of the tab for Greek pensions or Irish bank bailouts. And while Europeans have the legal right to move freely in search of jobs, in practice imperfect cultural integration — above all, the lack of a common language — makes workers less geographically mobile than their American counterparts.
And now you see why many American (and some British) economists have always been skeptical about the euro project. U.S.-based economists had long emphasized the importance of certain preconditions for currency union — most famously, Robert Mundell of Columbia stressed the importance of labor mobility, while Peter Kenen, my colleague at Princeton, emphasized the importance of fiscal integration. America, we know, has a currency union that works, and we know why it works: because it coincides with a nation — a nation with a big central government, a common language and a shared culture. Europe has none of these things, which from the beginning made the prospects of a single currency dubious."
Acho particularmente interessante porque, na minha opinião, pega precisamente em alguns dos assuntos que eu gostaria de ver discutidos no parlamento europeu e depois sufragados pelos Europeus.
Acredito na criação de uns Estados Unidos da Europa, aliás, não vejo outra solução para a Europa senão essa. Já fizemos muito até agora mas espero que consigamos dar o passo em frente. Mesmo com todas as dificuldades que hoje passamos, devemos lembrar-nos de a europa é o mais democrático de todos os continentes, onde os cidadãos têm o direito de processar os estados, onde os líderes políticos não ficam nos seus lugares para sempre, onde as liberdades religiosa, política e de imprensa são maiores e a UE o maior garante de uma paz duradoura neste campo de batalha das duas maiores guerras alguma vez vistas pela humanidade.
São vários os pontos que a Europa tem que discutir, para além das crises de curto prazo:
- A criação de um verdadeiro governo central, onde todos os estados (e não só a Grécia) abdicam de uma parte da sua soberania.
- Definição do que são os problemas comuns e os problemas de cada um dos estados de forma a que possam ser separadas as responsabilidades (por exemplo, as questões aduaneiras, e de polícia federal, de defesa e de negócios estrangeiros seriam no meu entender centralizadas).
- Funções do Banco Central Europeu, passando não só de protector da inflação baixa para emprestador de último recurso e financiador do governo europeu.
- Língua (e Cultura e Mobilidade Laboral) devia também ser discutida. Sei que é um ponto sensível porque a europa tem quase tantas línguas como países, mas deveria existir uma língua europeia para além das línguas nacionais. Inglês, Françês, Esperanto ou outra qualquer. Uma que fosse ensinada em todos os países desde os 5 anos e que em vinte anos toda a Europa consegui tratar os seus negócios nessa língua. Os romanos conseguiram colocar toda o seu império a falar latim, uma língua incrivelmente complexa sem sequer existir ensino básico. Porque motivo seria tão difícil fazermos o mesmo?
Embora com escassas hipóteses de ganhar, uma solução destas deve ser claramente feita com o apoio do povo e não nas suas costas. Ou por referendo directo ou dando tempo suficiente para que estas questões estejam explicitamente definidas nos planos de governo de todas as eleições nacionais durante um período de 4 a 6 anos.
Existem ainda outras opções, mas eu vejo-lhes defeitos muito mais graves: ficar como está, ou voltar para trás (aos estados nação). Não consigo imaginar como é conseguimos sobreviver a longo prazo se a Europa estiver partida em dezenas de estados de 10 a 40 milhões de habitantes enquanto os outros blocos nos fazem frente com 200 a 1500 milhões. Seja em ataques monetários, económicos, políticos ou mesmo financeiros se nada mudar (ou pior ainda se voltar para trás) não seremos mais do que campo de batalha para os restantes.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Guerra civil na Síria
Tenho tido alguma dificuldade em escrever sobre o que se está a passar na Síria. Claramente o governo de Al Assad Junior está envolvido numa perseguição violentíssima aos revoltosos, sem dó nem piedade e mostrando todos os tiques de ditador brutal tão comuns pelo médio oriente. A oposição, que inicialmente imitava em estilo a revolução egípcia e tunisina entrou numa metamorfose e é hoje uma facção militar (ou muitas, não é totalmente claro) e em que alguns relatórios mostram que está a cometer crimes muito semelhantes aos do tal ditador.
O regime Baath da Síria representa uma espécie de ditadura monárquica disfarçada de república, liderada por um todo poderoso líder sem o mais pequeno carisma. Ainda parece ter o apoio de uma parte relevante da população, mas como não tem a coragem de fazer eleições livres nem ele saberá nunca quantos sírios estão ao seu lado.
Novas imagens de tortura e guerra civil vão chegando aos media mundiais fruto das novas tecnologias e do fenómeno dos repórteres-cidadãos. Estes videos ultrapassam em violência e crueldade tudo aquilo que nos habituámos a ver na televisão durante décadas (não porque o fenómeno não existisse, mas pelos códigos das televisões que editam as imagens de forma a que possam ser mostradas a um público familiar).
Resumindo, Assad e o seu regime são hoje monstros que sobrevivem apenas devido aos medos: medo das alternativas, medo da sua polícia secreta e medo de uma guerra civil.
O que fazer então? Mais pressão diplomática e económica? Dar armas à resistência? Intervir militarmente de forma limitada (ar e mar)? Ocupação geral do país? Deixar que qualquer intervenção seja feita apenas pela liga árabe? Cortar a cabeça da serpente (leia-se operação do tipo Abbottabad)?
O conselho de segurança das Nações Unidas, conseguiu mais uma vez falhar uma decisão sobre o assunto. Ocidente de um lado, Rússia e China do outro. Por vezes parece que nada mudou desde os anos 50...
Sei que voltarei a este assunto novamente, mas para já deixo-vos com um texto que a ONG Avaaz me enviou esta tarde e que me tocou profundamente:
Dear friends,
Powered by millions of online actions and donations from 75,000 of us, our community is playing a central role in supporting the Syrian people as they persist in peaceful protest against all odds. Together, we're empowering citizen journalism, smuggling in medical supplies and western journalists, and much more. We're making a difference, but the staggering bravery of the Syrian people is their gift to the rest of us. Read this email for the full story, or look at this recent media coverage of Avaaz's work on Syria: BBC, CNN, El Pais, TIME, The Guardian, Der Spiegel, AFP.
This morning, 4 western journalists are home safe with their families, the echoes of the horror and heroism of Baba Amr still ringing in their ears. Over 50 Syrian activists, supported by Avaaz, volunteered to rescue them and scores of wounded civilians from the Syrian army’s killzone. Many of those incredible activists have not survived the week.
Abu Hanin is one of the heroes. He’s 26, a poet, and when his community needed him, he took the lead in organizing the citizen journalists that Avaaz has supported to help the voices of Syrians reach the world. The last contact with Abu Hanin was on Thursday, as regime troops closed in on his location. He read his last will and testament to the Avaaz team in Beirut, and told us where he had buried the bodies of the two western journalists killed in the shelling. Since then, his neighborhood of Baba Amr has been a black hole, and we still don’t know his fate.
It’s easy to despair when seeing Syria today, but to honour the dead, we must carry forward the hope they died with. As Baba Amr went dark and fears of massacre spread, Syrians took to the streets -- yet again -- across the country, in a peaceful protest that showed staggering bravery.
Their bravery is our lesson, the gift of the Syrian people to the rest of us. Because in their spirit, in their courage to face the worst darkness our world has to offer, a new world is being born.
And in that new world, the Syrian people are not alone. Millions of us from every nation have stood with them time and time again, right from the beginning of their struggle. Nearly 75,000 of us have donated almost $3 million to fund people-powered movements and deliver high-tech communications equipment to help them tell their story, and enable the Avaaz team to help smuggle in over $2 million worth of medical supplies. We’ve taken millions of online actions to push for action from the Security Council and the Arab League and for sanctions from many countries, and delivered those online campaigns in dozens of stunts, media campaigns and high-level advocacy meetings with top world leaders. Together we’ve helped win many of these battles, including for unprecedented action by the Arab League, and oil sanctions from Europe.
Our team in Beirut has also provided a valuable communications hub for brave and skilled activists to coordinate complex smuggling operations and the rescue of the wounded and the journalists. Avaaz does not direct these activities, but we facilitate, support and advise. We have also established safe houses for activists, and supported the outreach and diplomatic engagement of the Syrian National Council -- the opposition movement’s fledgling political representative body. Much of the world's major media have covered Avaaz’s work to help the Syrian people, including features on BBC, CNN, El Pais, TIME, The Guardian, Der Spiegel, AFP and many more, citing our "central role" in the Syrian peaceful protest movement.
Today, a dozen more nightmares like that visited on the city of Homs are unfolding across Syria. The situation will get worse before it gets better. It will be bloody, and complicated, and as some protesters take up arms to defend themselves, the line between right and wrong will blur. But President Assad’s brutal regime will fall, and there will be peace, and elections, and accountability. The Syrian people simply will not stop until that happens -- and it may happen sooner than we all think.
Every expert told us at the beginning that an uprising in Syria was unthinkable. But we sent in satellite communications equipment anyway. Because our community knows something that the experts and cynics don’t -- that people power and a new spirit of citizenship are sweeping our world today, and they are fearless, and unstoppable, and will bring hope to the darkest places. Marie Colvin, an American journalist covering the violence in Homs, told Avaaz before she died, "I’m not leaving these people." And neither will we.
With hope, and admiration for the Syrian people and courageous citizens everywhere,
Ricken, Wissam, Stephanie, Alice, David, Antonia, Will, Sam, Emma, Wen-Hua, Veronique and the whole Avaaz team
P.S. If you want to do more, click here to help keep our lifeline of hope into Syria open:
https://secure.avaaz.org/en/smuggle_hope_into_syria_rb//?vl
O regime Baath da Síria representa uma espécie de ditadura monárquica disfarçada de república, liderada por um todo poderoso líder sem o mais pequeno carisma. Ainda parece ter o apoio de uma parte relevante da população, mas como não tem a coragem de fazer eleições livres nem ele saberá nunca quantos sírios estão ao seu lado.
Novas imagens de tortura e guerra civil vão chegando aos media mundiais fruto das novas tecnologias e do fenómeno dos repórteres-cidadãos. Estes videos ultrapassam em violência e crueldade tudo aquilo que nos habituámos a ver na televisão durante décadas (não porque o fenómeno não existisse, mas pelos códigos das televisões que editam as imagens de forma a que possam ser mostradas a um público familiar).
Resumindo, Assad e o seu regime são hoje monstros que sobrevivem apenas devido aos medos: medo das alternativas, medo da sua polícia secreta e medo de uma guerra civil.
O que fazer então? Mais pressão diplomática e económica? Dar armas à resistência? Intervir militarmente de forma limitada (ar e mar)? Ocupação geral do país? Deixar que qualquer intervenção seja feita apenas pela liga árabe? Cortar a cabeça da serpente (leia-se operação do tipo Abbottabad)?
O conselho de segurança das Nações Unidas, conseguiu mais uma vez falhar uma decisão sobre o assunto. Ocidente de um lado, Rússia e China do outro. Por vezes parece que nada mudou desde os anos 50...
Sei que voltarei a este assunto novamente, mas para já deixo-vos com um texto que a ONG Avaaz me enviou esta tarde e que me tocou profundamente:
Dear friends,
Powered by millions of online actions and donations from 75,000 of us, our community is playing a central role in supporting the Syrian people as they persist in peaceful protest against all odds. Together, we're empowering citizen journalism, smuggling in medical supplies and western journalists, and much more. We're making a difference, but the staggering bravery of the Syrian people is their gift to the rest of us. Read this email for the full story, or look at this recent media coverage of Avaaz's work on Syria: BBC, CNN, El Pais, TIME, The Guardian, Der Spiegel, AFP.
This morning, 4 western journalists are home safe with their families, the echoes of the horror and heroism of Baba Amr still ringing in their ears. Over 50 Syrian activists, supported by Avaaz, volunteered to rescue them and scores of wounded civilians from the Syrian army’s killzone. Many of those incredible activists have not survived the week.
Abu Hanin is one of the heroes. He’s 26, a poet, and when his community needed him, he took the lead in organizing the citizen journalists that Avaaz has supported to help the voices of Syrians reach the world. The last contact with Abu Hanin was on Thursday, as regime troops closed in on his location. He read his last will and testament to the Avaaz team in Beirut, and told us where he had buried the bodies of the two western journalists killed in the shelling. Since then, his neighborhood of Baba Amr has been a black hole, and we still don’t know his fate.
It’s easy to despair when seeing Syria today, but to honour the dead, we must carry forward the hope they died with. As Baba Amr went dark and fears of massacre spread, Syrians took to the streets -- yet again -- across the country, in a peaceful protest that showed staggering bravery.
Their bravery is our lesson, the gift of the Syrian people to the rest of us. Because in their spirit, in their courage to face the worst darkness our world has to offer, a new world is being born.
And in that new world, the Syrian people are not alone. Millions of us from every nation have stood with them time and time again, right from the beginning of their struggle. Nearly 75,000 of us have donated almost $3 million to fund people-powered movements and deliver high-tech communications equipment to help them tell their story, and enable the Avaaz team to help smuggle in over $2 million worth of medical supplies. We’ve taken millions of online actions to push for action from the Security Council and the Arab League and for sanctions from many countries, and delivered those online campaigns in dozens of stunts, media campaigns and high-level advocacy meetings with top world leaders. Together we’ve helped win many of these battles, including for unprecedented action by the Arab League, and oil sanctions from Europe.
Our team in Beirut has also provided a valuable communications hub for brave and skilled activists to coordinate complex smuggling operations and the rescue of the wounded and the journalists. Avaaz does not direct these activities, but we facilitate, support and advise. We have also established safe houses for activists, and supported the outreach and diplomatic engagement of the Syrian National Council -- the opposition movement’s fledgling political representative body. Much of the world's major media have covered Avaaz’s work to help the Syrian people, including features on BBC, CNN, El Pais, TIME, The Guardian, Der Spiegel, AFP and many more, citing our "central role" in the Syrian peaceful protest movement.
Today, a dozen more nightmares like that visited on the city of Homs are unfolding across Syria. The situation will get worse before it gets better. It will be bloody, and complicated, and as some protesters take up arms to defend themselves, the line between right and wrong will blur. But President Assad’s brutal regime will fall, and there will be peace, and elections, and accountability. The Syrian people simply will not stop until that happens -- and it may happen sooner than we all think.
Every expert told us at the beginning that an uprising in Syria was unthinkable. But we sent in satellite communications equipment anyway. Because our community knows something that the experts and cynics don’t -- that people power and a new spirit of citizenship are sweeping our world today, and they are fearless, and unstoppable, and will bring hope to the darkest places. Marie Colvin, an American journalist covering the violence in Homs, told Avaaz before she died, "I’m not leaving these people." And neither will we.
With hope, and admiration for the Syrian people and courageous citizens everywhere,
Ricken, Wissam, Stephanie, Alice, David, Antonia, Will, Sam, Emma, Wen-Hua, Veronique and the whole Avaaz team
P.S. If you want to do more, click here to help keep our lifeline of hope into Syria open:
https://secure.avaaz.org/en/smuggle_hope_into_syria_rb//?vl
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