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Merkava (imagem retirada da internet) |
Orgulho do IDF (Israeli Defense Force), o Merkava representa a superioridade militar de Israel no Médio Oriente e não tem nenhum oponente à altura na região. Com cerca de 2000 tanques contruídos, o investimento nesta arma já terá ultrapassado os 6500 milhões dólares e é alvo de bastante controvérsia no seu país de origem sobre a utilidade do investimento e a sua - até agora - incapacidade de exportação.
Foi criado depois das desilusões da guerra de Yom Kippur de 1973 que travaram contra Egipto e Síria, onde as suas forças blindadas dependiam dos ultrapassados tanques americanos Patton e dos ingleses Centurion. O ataque egípcio atravessando o Canal de Suez para recuperar a província perdida do Sinai, destruíu centenas de tanques israelitas utilizando misseis anti-tanques e forçou Israel a repensar todas as suas estratégias militares.
Com o objectivo de manterem a sua independência territorial sem dependências a terceiros (mesmo em relação aos seus maiores aliados), decidiram criar os seu próprio modelo de tanques. O Merkava foi desenhado para que Israel nunca mais perdesse uma batalha contra os seus vizinhos, os mais óbvios sendo o Egipto e a Síria, já que o Líbano e a Jordânia têm forças armadas bastante mais débeis e sem qualquer hipótese numa uma guerra convencional contra o estado Hebraico.
Desde então, várias versões foram feitas com progressivas melhorias, e embora tenham garantido a suprioridade que procuravam, as últimas guerras em que estiveram envolvidos mostraram que não são adequados a todos as ocasiões. Os acordos de paz com o Egipto e Jordânia, reduziram em muito o seu propósito e a frente da Síria através dos Montes Golan mostraram-se mais estáveis do que poderia ser previsto nos anos 70.
Foram no entanto utilizados na Cisjordânia e Gaza onde causaram enorme destruição mas não conseguiam controlar as populações que lhes respondiam com pedras e cocktails Molotov, com igual ineficiência. Em lutas urbanas, guerrilha e contra-terrorismo a utilização de tanques provou-se não só inútil como consegue promover mais violência. Também nas várias invasões sobre o Líbano mostraram-se capazes de chegar onde queriam, mas não de manter uma ocupação ou fazer algo pelo controlo dos campos de refugiados onde tipicamente se encontravam os seus alvos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoL6d0pgUulkd8jon_gDR6-am8PnREi-rEvqGATuWfqyslfs_ZYppIQWWlG_uac_KlBdUO726r_KrJi3IEN6zGT9AdGCgF0ahXP5qdvTU2sS8ep0AbZ0uxrm9kIApUubWf_oHnGSthK97k/s1600/lebanon.jpg)
A enorme propaganda feita por Israel sobre os seus tanques nas televisões e internet, permitiram ao Hizbullah estudar cuidadosamente o seu inimigo sem sequer precisar de fazer um esforço financeiro significativo. Cuidadosos documentários mostravam o tanque com enorme detalhe e são passados regularmente em canais como o Discovery e o History Channel. Em 2007, a televisão Al Jazeera fez o seu próprio documentário sobre o Merkava, mostrando os seus sucessos e falhanços. Cobre toda a sua história e os principais conflitos em que teve envolvido, incluindo entrevistas com militares israelitas assim como representantes do Hizbullah (videos do documentário incluídos abaixo).
Numa altura em que uma guerra entre Israel e Irão pode estar prestes a estalar, não será surpreendente se este tanque já quase esquecido pelo mundo volte ao campo de batalha. E com a ligação religiosa, financeira e política entre Hizbullah e Irão, é previsível que um ataque de Israel ao Irão leve a novo confronto nesta longa batalha pelo sul do Líbano.
Para bem de todos os que terão que ver um Merkava de frente, esperemos que não...
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